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União de Paredes 0 - 1 Benfica

  • portaldoalgarve
  • 22 de nov. de 2020
  • 5 min de leitura

"Se não tens nada simpático para dizer, não digas nada"


Esta frase, saída directamente das melhores páginas de indirectas e frases inspiradoras da Internet, trouxe-me a uma decisão: preciso de fazer uma pausa na escrita de piadas sobre o Benfica. Porque custa-me muito estar constantemente a destilar veneno sobre o Clube que adoro. Por muito que pareça que quero derrotas e más exibições, só para poder criticar e mandar vir com tudo o que mexe, a verdade não podia estar mais longe disso. Quero tanto como qualquer outro que ganhemos sempre, e custa-me tanto como a qualquer outro quando perdemos e - pior ainda - quando apresentamos a qualidade de jogo que temos apresentado. As piadas servem apenas para relativizar esse mesmo sofrimento, como sempre.


Mas ultimamente, as piadas também têm servido para criticar o muito que acho que está mal no nosso Clube. O que à partida não seria um problema, uma vez que a comédia serve para apontar o corno torto das vacas sagradas deste Mundo. Mas torna-se um problema quando o muito que está mal se sobrepõe ao que já foi bem feito e, mais grave, torna quase secundário aquilo que se passa em campo. Quero que isto fique bem assente, de uma vez por todas: eu não consigo não gostar do Benfica. Eu não consigo passar um dia sem pensar no Benfica. E com certeza não sou menos Benfiquista do que ninguém por criticar o que acho que está errado. Na verdade, se me permitirem a arrogância, até acho que sou mais Benfiquista do que os 62% que preferiram continuar como estamos, quando tiveram uma excelente oportunidade para mudar. Mas já falamos sobre isso.


Eu não consigo não gostar do Benfica. Mas não consigo gostar daquilo em que o Benfica se está a tornar. Não consigo gostar de um Benfica de lambe-botas, em que há sempre forma de tapar mais uma cagada e em que se arranjam todos os exemplos e todas as desculpas para os erros sucessivos que se cometem, mas onde nunca se arranja um pedido de desculpas, nem se admite que se falhou. Não consigo gostar de um Benfica governado com base em luzes e em que o presidente dá o dito por não dito da noite para o dia, como se os Benfiquistas fossem burros. Um Benfica em que o presidente, depois de prometer a quem o quis ouvir que iríamos estar à frente dos maiores e que iríamos retomar o nosso lugar no topo do Mundo, tomou todas as decisões possíveis para nos levar no sentido contrário a essa promessa. Começou com a destruição do plantel no ano do Tenta, continuou com uma gritante diminuição ao nível da exigência para com esse mesmo plantel, passou por um aperto de goelas a um adepto que fez perguntas incómodas e acabou com a recusa de ir a debate com os outros candidatos nestas últimas eleições. Provavelmente porque essas mesmas perguntas incómodas iam voltar a aparecer, e na televisão o Rei Sol Vieira não pode apertar as goelas a quem o põe em causa. Aproveito para relembrar que até o Vale e Azevedo foi a debate.


Não consigo gostar de um Benfica que se habituou a conviver com a derrota. Um Benfica que ganha se ganhar, e que se perder também não é nada de mais. Um Benfica que encara humilhações sucessivas na Liga Dos Campeões como algo normal e que não vê nada de errado com saídas de fininho pela porta do fundo, relegado para a Liga Europa ou mesmo para fora das competições Europeias. Não consigo gostar deste Benfica, que entra para não perder por muitos, ou para empatar se tiver sorte. Não consigo gostar de um Benfica em que se negoceia o esforço. Um Benfica em que os jogadores, mais do que não ter amor à Camisola, não têm profissionalismo nem orgulho por entrar em campo com o Manto Sagrado. Um Benfica de prima-donas, que amuam e que fazem a cama aos treinadores, perante a passividade da direcção. O Cervi pode não ser o jogador mais talentoso do plantel, o Samaris pode não ser o mais regular, o Darwin e o Waldschmidt podem não ser os que têm mais tempo de casa. Mas se tivéssemos mais gente com a vontade de ganhar que eles têm, não ficávamos tão conformados quando perdemos. E também não perdíamos tantas vezes.


Mais do que isto, não consigo gostar de um Benfica que está refém. Refém de um presidente que tem a arrogância de dizer que refundou o Clube em 2003, na altura em que tínhamos 99 anos de História construída sem ele. Sim, vínhamos de uma crise que quase acabou com o Benfica e sim, foi feito um processo de recuperação financeira absolutamente milagroso. Mas o Luís Filipe Vieira não é a única pessoa que sabe negociar em Portugal. Se não fosse ele, com certeza haveria outro capaz de fazer o mesmo trabalho. E com certeza haveria outro que, ao ver que percebe muito da parte financeira e muito pouco da parte desportiva, continuaria a trabalhar naquilo que percebe e deixaria aquilo que não percebe para outros. Também não consigo gostar de um Benfica que está refém de um treinador. Treinador esse que chegou e prometeu tudo com a arrogância que se lhe conhece. E treinador esse que, 100 milhões de Euros depois, apresenta uma qualidade de jogo ao nível do pior que os seus muito criticados antecessores fizeram. Mas que aproveitou uma vitória por muitos em Famalicão para puxar dos galões e para dizer que é melhor que o Bruno Lage, o homem que foi Campeão com o destroço de um plantel. Quando sofreu 9 golos em 3 jogos, o treinador escondeu esses mesmos galões, obviamente.


E acima de tudo, não consigo gostar de um Benfica que está refém de um empresário. Não consigo conceber que alguém ponha e disponha no nosso plantel, transferindo jogadores promissores ao fim de seis meses ou, com sorte, uma época, e que nos dá em troca um qualquer Filipe Augusto ou um Dyego Costa da Vida. O único carrossel que se vê no Benfica é o carrossel das comissões do Jorge Mendes. E é um carrossel em que cada voltinha e cada viagem garante que a promessa de grandes sucessos com base na formação vai ser, também ela, mais uma mentira do presidente. E mais uma mentira contada para enganar quem tem tanta preguiça de pensar, como o Benfica tem tido preguiça de ser o Benfica.


Por gostar tanto do Benfica, mas por gostar tão pouco daquilo que o Benfica se está a tornar, o Amador de Bancada vai entrar de férias. Se essas férias vão passar a reforma, isso é uma coisa que logo se vê. Agora, quem abriu isto está à espera de piadas. E elas aqui estão:


- Enquanto comentador, o Tonel é tão bom com as palavras como era bom a evitar penalties a favor do Sporting;


- Gonçalo Ramos e Ferreyra nunca tinham estado juntos em campo, e jogaram como se nunca estivessem estado juntos em campo. Não se notou diferença para os habituais titulares;


- O Ferreyra tocou tantas vezes na bola e foi tão influente na Equipa durante este jogo, como nas duas últimas épocas;


- Depois de perdermos o Cafú de Loures, ficámos com o Dudic do Rio de Janeiro;


- Nem me importava de ver mais uma promessa da nossa formação adaptada a extremo às três pancadas, só para o Pizzi ir finalmente para o banco;


- Com tanta porrada que leva e tão poucas lesões que tem, é possível que o Cervi seja literalmente um diamente.


Hoje e sempre, CARREGA BENFICA!

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