Rio Ave 0 - 3 Benfica
- portaldoalgarve
- 19 de out. de 2020
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O melhor mesmo é que a malta não comece já a embandeirar em arco, só porque estamos realmente a jogar à bola que é um mimo. Isto porque o Benfica dá cabo do coração a muita gente, e talvez seja por isso que a forma dos nossos jogadores parece um electrocardiograma, com cada pico a ser seguido por um vale ou, no caso do Benfica, com cada série de exibições monstruosas a ser seguida por uma lesão. Portanto contenham-se nos festejos, pelo bem da saúde do Rafa, do Everton, do Waldschmidt e do Darwin. Porque quando o adepto não tem juízo, e os jogadores correm mais do que é preciso, o Benfica é que paga.
Mas vamos por partes.
Não dá para falar dos nossos extremos individualmente. Há grupos de artistas assim, inseparáveis. Penn And Teller, Sigfried And Roy, Simon And Garfunkel, Everton e Rafa. Mas enquanto cada um dos outros duetos se especializou numa área específica, o nosso dueto tem a magia dos primeiros, o jeito para amansar feras dos segundos e magistralidade melódica dos terceiros. Vamos só esperar um momento, para o Jesus acabar de ler a palavra "magistralidade"... Acho que já podemos seguir. A acompanhar os nossos Iceman e Maverick, esteve um rapaz que é bem capaz de acabar com o trauma do minuto 92. Falo obviamente de Gianluca "Solskjaer" Waldschmidt, o nosso assassino com cara de menino. Qualquer minuto é bom para meter a bola na baliza, mas se ele pudesse juntar a parecença física com o Norueguês, ao jeito para marcar golos decisivos fora de horas do Norueguês, possivelmente saía já em Janeiro. Pensando bem, é melhor que ele fique quieto.
À cabeça deste quarteto, o homem que ameaça tornar-se uma "running gag" desta época. O Cheers tinha a entrada do Norm, Friends tinha a pausa do Ross e da Rachel, eu tenho o facto de nunca sair a horas do trabalho e The Office tinha o eterno clássico "that's what she said". Já o Benfica 2020/2021, começa a ter os golos anulados ao Darwin. O que não é mau, porque prova que o rapaz está no clube certo. Já somos os Campeões das finais perdidas, agora vamos ter um Bota d'Ouro dos golos anulados. E também está no clube certo porque, enquanto continuar a correr para ajudar a Equipa e a celebrar golos como celebrou o 2-0, aguentamos bem a espera pelo primeiro golo.
Há no entanto uma tragédia a lamentar. Ontem, cerca das 20 horas, abateu-se sobre Vila do Conde a tempestade Aderlan. Esta depressão com cabelo tropical abriu várias crateras na defesa do Rio Ave, e só a intervenção (correcta) do VAR impediu que a catástrofe tomasse proporções ainda maiores. As autoridades reportam ainda assim o desaparecimento de um homem. Trata-se de um trasmontano de 31 anos, que dá pelo nome de Luís Miguel Fernandes. Luís foi visto pela última vez por volta das 20:05, tendo depois desaparecido no meio do vendaval que os seus colegas mais avançados criaram. Tendo a consciência de que não sabe nadar (IÔ!) em águas tão agitadas, Gabriel preferiu ficar a brincar junto à defesa. O Luso-Brasileiro demonstrou também o porquê de não ser engenheiro civíl, já que construiu várias rotundas à volta dos adversários, mas cuja única saída era, quase sempre, o caminho para trás.
Por sorte, atrás dele no fim do jogo esteve o pianista Weigl. Pianista pelo domínio de todas as notas que compõem a melodia do bom Futebol (que bonito!) e porque, tal como a maioria dos intérpretes de música clássica, o Alemão também se está a habituar a dar espectáculo em casas vazias. Falando em períodos de adaptação, Otamendi confessou ao Portal do Algarve que ainda não se habituou à ideia de jogar numa Equipa em Portugal a quem são assinalados tantos foras-de-jogo. O experiente central mostrou ainda que, por muitos anos que passem, há ensinamentos que não se esquecem: apesar dos 32 anos e de toda a experiência, sempre que o Argentino esteve apertado, meteu fora. Mas isto é compreensível, porque Nicolás foi o último homem do corredor onde estava o Gilberto, por isso achou melhor jogar pelo seguro. O lateral Brasileiro que, na escala Dudic-Cafú, começou ao nível de um Douglas, mas acabou ao nível de um Maxi Pereira. Aguardamos agora os próximos jogos, para sabermos se Gilberto vai chegar ao patamar António Veloso, ou se desce até ao nível médio das últimas contratações para aquela posição: o nível erro de casting.
CARREGA BENFICA!
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