Benfica 3 - 2 Farense
- portaldoalgarve
- 4 de out. de 2020
- 3 min de leitura

É esta a desvantagem de ter um treinador com métodos tão cativantes como os de Jorge Jesus. Os jogadores ficam de tal forma impressionados pelo que fazem no treino, que quando chegam ao jogo não querem fazer mais nada. Por exemplo, o Pizzi gosta tanto de ficar no meio durante os meinhos do novo treinador, que passa o jogo inteiro sem se esforçar por ganhar uma bola que seja, para nunca sair de lá. E já que falamos das desvantagens do excesso de motivação para o treino, falamos também do excesso de conforto que vem da estabilidade profissional. Porque quem diz que um emprego estável é sinónimo de mais empenho no trabalho, nunca viu o André Almeida encostado ao facto de ser o melhor lateral-direito que temos no plantel.
Dêem-me só um momento para secar as lágrimas...
Por tudo isto, é possível que Jorge Jesus seja vítima do próprio sucesso, por muito parcial que seja esse sucesso. Até porque só assim é que faz sentido que o Pizzi e o André Almeida tenham acabado o jogo: como estávamos a enfrentar um adversário que veste de preto e branco, o nosso Treinador resolveu recordar a nossa épica meia-final contra a Juventus, em que também saímos vitoriosos jogando apenas com 9 jogadores. O engraçado é que eu tinha incluído o Seferovic nesta piada, mas depois o Suíço fez comigo o que costuma fazer em campo: estragou uma hipótese de quase inevitável sucesso. Felizmente, atenção. Se de cada vez que eu fizer uma piada sobre o Haris ele entrar e fizer dois golos, vamos todos ser muito felizes até ao fim da época.
E vamos ser felizes mesmo que façamos sempre o que fizemos neste jogo, em que deixámos o Farense atacar à vontade, para o Otamendi poder mostrar serviço, calando assim as críticas à nossa desastrosa política de transferências. E o Argentino correspondeu durante toda a primeira parte, porque nesse período do jogo o Farense conduziu os ataques como um velho conduz na Nacional 125. Na segunda parte, o adversário ignorou todos os protestos que acontecem no Algarve e passou para a auto-estrada. E foi nessa altura que os nossos jogadores resolveram inverter os papéis. Porque contra um adversário acabado de regressar à Primeira Liga, fomos nós que parecemos ter andado 20 anos a disputar as divisões secundárias. Mas isso talvez tenha sido culpa do Vlachodimos. Como ele estava a jogar com as cores de uma ambulância do INEM, os colegas seguiram as regras do civismo e encostaram para abrir espaço.
Mas nem mesmo com todo esse espaço o Darwin conseguiu o primeiro golo pelo Benfica. Pelo andar da carruagem, o primeiro golo deste Uruguaio, com penteado à lutador de Sumo, vai acontecer no mesmo dia em que for anunciada a vacina para a Covid. E eu vou celebrar mais esse golo do que teria festejado o penta-campeonato que deixámos fugir, devido à nossa desastrosa política de transferências. Mas chega de mau-feitio (pfft...) e vamos à parte boa do nosso jogo. O que vai ser rápido, porque foi só até ao primeiro golo. Até essa altura, e sabendo que em Outubro acontece a Feira de Santa Iria em Faro, os jogadores do Benfica quiseram que o adversário se sentisse em casa e ligaram o carrossel que se viu em campo. Depois do 1-0, a Equipa resolveu ir aproveitar o último fôlego da época balnear, menos o Rafa. O Rafa aproveitou para trabalhar o físico, e passou toda a hora que esteve em campo a carregar a Equipa.
CARREGA BENFICA!
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