Lech Poznan 2 - 4 Benfica
- portaldoalgarve
- 22 de out. de 2020
- 3 min de leitura

Começa a notar-se um padrão: sempre que eu perco os primeiros 10 minutos de jogo, entramos a ganhar. Por isso, e por amor ao Benfica, comprometo-me a enviar, no início de cada mês, uma cópia do meu horário para a Federação, para a Liga e para a UEFA, para conseguirmos combinar isto em condições. E se tiver que perder os primeiros 10 minutos das quatro festas que podemos fazer a partir de Janeiro, também não há problema. Pelo Benfica, eu aceito chegar elegantemente atrasado às celebrações de títulos, nem que seja para finalmente ser elegante em alguma coisa na Vida.
Falando em elegância na festa, o Taarabt esta noite parecia que estava em casa. O que é normal, porque a Polónia é o país da Europa onde mais estudantes Portugueses fazem Erasmus, e por isso o Marroquino viu a cidade de Poznan como uma discoteca com 260 km2 de área. Sim, fui à procura. Porque vocês merecem. E se Poznan era uma discoteca, o "relvado" do Lech era a pista VIP, onde Adel se mexeu com a graça de quem está habituado a esquivar-se dos seguranças para chegar à mesa das modelos e, quando percebeu que já não tem que se agarrar à bola e fazer tudo sozinho, encontrou quase sempre o caminho mais rápido para o bar da baliza adversária.
E encontrou-o mesmo que, pelo meio, tivesse que passar por um ou outro bêbado daqueles que querem conversar e dar um banho de saliva em quem tem o azar de se cruzar com eles. Como por exemplo o Pizzi, que esta noite atingiu o sonho profissional da maioria dos Portugueses: trabalhar com tanta certeza de que o lugar não foge, que depois de picar o ponto passa o dia a ver vídeos de pessoas a cair, ou a encaminhar vídeos de marotice para os grupos de WhatsApp. Felizmente o patrão Jesus não esteve para essas coisas e pôs o Rafa em campo, com um conjunto de instruções muito simples: fazer passes para golo para quem mais precisasse deles, ajudar na construção, compensar na defesa, fazer esquecer o facto de que o nosso plantel são 16 jogadores, mais uns gajos que nem o Jesus se lembra que lá estão e descobrir uma cura para todas as doenças do Mundo que não envolva baba de caracol. E o rapaz bem que tentou fazer tudo isto, mas nem o esquecido Cervi conseguia fechar um corredor com o Gilberto. O homem que, a dois metros da bola, resolveu ir marcar um adversário que estava a cinco metros de distância e deixou o corredor central completamente aberto.
Mas vamos ser justos (pffft...), porque o Gilberto e o Grimaldo são dois laterais que não há memória, de os ver bem num lance defensivo. Se bem que o Gilberto conseguiu, tal como o Rafa, fazer uma assistência para o primeiro hat-trick do Darwin pelo Benfica, e por isso fica aqui um pedido: se o Gilberto fizer uma assistência sempre que um adversário passar por ele como se ele não estivesse lá, falem com o Amigo Mendes e arranjem maneira de o Ronaldo ser emprestado a todos os nossos adversários. Não imagino que o Presidente Jorge se importasse. Afinal de contas, negociar empréstimos de trintões para ganhar comissão é uma das suas especialidades. Continuando com o assunto das transferências manhosas, há tanto de Raul Jiménez no Darwin, como de Keirrison, Eder Luís e Felipe Menezes no Pedrinho. E tal como o Mexicano, também o nosso matador Uruguaio com cabelo à Trunks vai acabar transferido, por um valor (muito) abaixo da inegociável cláusula de rescisão. E também ele vai ser substituído por um qualquer reforço sonante desta Vida. Enquanto isso não acontece, vou gostar muito de me enervar com este rapaz.
E sim, eu sei que tenho que me calar com as críticas. Mas o meu botão de volume não é tão fácil de encontrar como o do Jesus, que está no fundo da nossa baliza e é desligado sempre que entra lá uma bola e nós ficamos empatados ou a perder.
CARREGA BENFICA!
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