Benfica 2 - 1 Sporting
- Filipe Pires
- 26 de jul. de 2020
- 3 min de leitura

Quase um ano depois de ter começado, acabou finalmente a causa do sofrimento de milhões de Portugueses um pouco por todo o Mundo. Quase um ano depois de ter começado, terminou finalmente o Campeonato Português. E terminou da forma mais adequada a tudo aquilo que se passou: com um derby na última jornada, com o mesmo interesse de um jogo de atribuição de terceiro e quarto lugar. Os próprios jogadores pareciam pensar isto, uma vez que entraram em campo com menos entusiasmo do que alguém a caminho de uma sessão de quimioterapia. Ainda assim derby é derby, e por isso impõe-se algum tipo de análise ao que se passou em campo. Não se impõe pela pertinência ou pela importância, impõe-se como Luís Filipe Vieira se impõe na direcção do Benfica: vai acontecer porque eu quero, e se não gostarem azar o vosso.
Houve ainda assim jogadores que aproveitaram este jogo para ajudar Odysseas Vlachodimos a ganhar pontos junto do novo treinador. Do meio-campo para trás, foram várias as vezes em que os atletas do Benfica iniciaram jogadas perigosas do adversário, resultando em situações de avançados isolados contra o guarda-redes Alemão. Odysseas resolveu calmamente todos os problemas que os colegas lhe criaram, mas não deixou escapar a oportunidade de retribuir a solidariedade, já que permitiu que Andraz Sporar marcasse um golo ao melhor guarda-redes da Liga, na esperança de que isso sirva como alavanca para uma transferência, rumo a um Campeonato onde seja mais difícil fazer trocadilhos parvos com o nome do Esloveno. Mas se Vlachodimos é de facto o melhor guarda-redes da Liga, isso deve-se muito também aos colegas que jogam imediatamente à sua frente. Bem como a todas as experiências feitas relativamente às suas posições.
E talvez tenha sido a quantidade absurda de experiências feitas na defesa (e no resto da equipa) durante um Campeonato que podia ter ficado resolvido em Fevereiro, que me fez sonhar com uma defesa a três para este jogo. O romântico em mim sonhou por breves momentos com uma defesa com Dias, Jardel e Weigl, ladeados por Tomás Tavares e Cervi. Uma vez que, aparentemente, nunca vamos ver o André Almeida na sua posição natural - o banco - imaginei que ele iria para posição em que começou a carreira, num meio-campo composto pelo Mestre André e pelo Gabriel. Pizzi e Chiquinho jogariam soltos daí para a frente, no apoio directo a Haris "Korben Dallas" Seferovic. Uma das máximas desta rubrica é "quando se fala de táctica, é porque o jogo foi aborrecido" e este foi de facto um dos poucos momentos de entusiasmo que o derby eterno (no sentido de parecer que nunca mais acabava) me despertou.
Para não dizerem que só sei criticar, achei que o Gabriel esteve impecável no meio-campo. Fosse a roubar bolas ou a fazer os seus habituais passes a rasgar o campo, o Luso-Brasileiro conseguiu juntar a competência ofensiva ao grande trabalho defensivo que foi fazendo, na marcação ao homem mais perigoso do Sporting - o Fábio Veríssimo. E se os grandes jogadores aparecem nos grandes jogos, não percebo porque é que o Seferovic resolveu voltar a ser ponta-de-lança neste amigável de fim de época. Ainda assim, o Suíço apareceu como um matador, a finalizar a única coisa que podia ofuscar o seu ressurgimento: um golo nosso na sequência de um canto. Para evitar aquilo que acontece aos nossos jogadores que se aproximam da boa forma - uma lesão para seis meses - o Haris foi substituído pelo Vinícius. O avançado Brasileiro chegou à Bola de Prata da forma mais "à Benfica" possível: saltou do banco onde ficou sentado sabe-se lá porquê, e resolveu um jogo contra um rival (ahahahahahahahahahah... aiai...) ao cair do pano, com um golo completamente limpo que teve de ser analisado pelo VAR.
CARREGA BENFICA!
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