Famalicão 1 - 1 Benfica
- Filipe Pires
- 10 de jul. de 2020
- 4 min de leitura

Porque é que continuo a fazer isto? Porque é que, ao fim de cinco ou seis anos (já nem me lembro), continuo a perder noites e horas de sono a escrever comédia sobre o que me parece cada vez mais uma inevitável tragédia? Porque é que alguém põe mais empenho e criatividade em meia dúzia de parágrafos, e sempre a fazê-lo de borla, do que quem inspira e motiva esses mesmos parágrafos põe no trabalho para o qual é absurdamente bem pago? A resposta a estas três questões é a mesma: não sei. Não sei, sinceramente, porque é que continuo a ver os jogos do Benfica, em busca de coisas que me façam rir, no meio da tristeza em que nos tornámos. Talvez seja amor à Camisola ou amor à Arte - ou os dois - mas a verdade é que estes textos começam a ser cada vez mais parecidos com o que os nossos adversários nos fazem: bater em inválidos.
Filosofias e dúvidas existenciais à parte, a verdade é que este jogo teve uma daquelas situações que nos confirmam que, em 2020, já nada é estranho. Falo obviamente do lance em que o Cervi viu um cartão por ter sido derrubado em falta dentro da área, que funcionou quase como o corolário da incompetência dos árbitros Portugueses a apitar em Portugal. Como se não bastassem todas as nódoas negras que o Diabo Argentino leva para falar da sua passagem pelo Benfica, agora também tem a história do cartão que levou depois de mais uma falta à qual mais um árbitro fez vista grossa. E isto gerou um momento engraçado ao intervalo, quando o senhor Jorge Sousa disse ao Franco, com um sorriso, que não marcava aquela falta nem que ele fizesse o trajecto entre Buenos Aires e Lisboa a nado. Antes disso, também no intervalo, pudemos ver Luís Filipe Vieira ao telefone com um dos seus amigos Jorges, dizendo-lhe que não podia aparecer na festa do título do Porto, porque os jogadores do Benfica decidiram começar a jogar com aquelas coisas do orgulho e mais não sei o quê. Felizmente para o amigo de Vieira, foi sol de pouca dura.
Falando nos amigos Jorges, e uma vez que o plantel do Famalicão foi feito pelo Jorge que manda realmente no Benfica, podíamos aproveitar para contratar o Fábio Martins, o Rúben Lameiras e o Uros Racic, juntando-os ao possível regresso do Diogo Gonçalves. A não ser que os bons jogadores sejam para outras Equipas, e que para o Benfica sobrem apenas os reforços sonantes. A estes quatro nomes, se me permitirem sonhar, podíamos juntar também o Rafael Defendi, que hoje fez muito boa figura. Mas também é fácil para um guarda-redes fazer boa figura, quando a boa figura do guarda-redes é o alvo de todos os remates. O único remate que o Rafael não conseguiu tirar hoje foi um remate do Pizzi que, pasme-se, deu em golo porque a bola não foi atirada contra o guarda-redes. Mas infelizmente foi só mesmo esse remate a seguir o destino, todos os que fizemos antes e depois disso foram feitos na esperança de que o guarda-redes se desviasse, ou que se desvanecesse como a nossa esperança de ganhar alguma coisa este ano.
Continuando com os guarda-redes, acho que o Vlachodimos podia ter escolhido melhor o equipamento de hoje. O Grego devia ter pensado que, como parecia o Poupas, isso ia levar a nossa defesa a abrir espaços do tamanho da Rua Sésamo. Foi falta de visão, no fundo. Quem também sofre de um problema muito peculiar na visão é o Gabriel. Sim, eu sei que o rapaz foi tratado a um problema na vista e que é de mau gosto fazer pouco de problemas de saúde. Felizmente para quem sabe como é que se faz comédia sem nunca a ter feito, não vou por aí. Vou antes dizer que o Gabriel tem um problema que o leva a não conseguir acertar num elefante num corredor a três metros de distância, mas consegue acertar numa formiga num buraco a 300 metros de distância. Os seus colegas que buscam formação superior podiam perfeitamente estudar esta situação, em vez de se dedicarem a um mestrado sobre as Mil E Uma Formas De Não Fazer Um Cruzamento Para O Sítio Certo. Como alternativa, estes colegas podiam também dedicar-se a reescrever Os Contos Das Mil E Uma Noites, projecto relativamente ao qual eu tenho algumas sugestões:
- A História de Luís Babá e os 40 Milhões Que Ele Foi Buscar Num Empréstimo Obrigacionista Que Ainda Ninguém Percebeu
- A História de Jorge Mendlika, o Presidente Subterrâneo
- A História de Vieirim e da Lâmpada Mágica, Que O Leva A Manter Treinadores Sem Condições Para Continuar
- A História dos Seis Adolescentes Que o Jorge Mendes Transferiu Para Cores Diferentes A Preço De Saldo
- O Divã dos Parvos Alegres e Incongruentes, Que Continuam A Dizer Que O Benfica É O Maior Clube do Mundo
CARREGA BENFICA!!
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