Benfica 0 - 0 Tondela
- Filipe Pires
- 4 de jun. de 2020
- 3 min de leitura

Este é um dia triste, pessoal. Este é um dia triste. Não só porque marca o regresso aos sucessivos baldes de areia que levamos nos olhos relativamente à gestão do plantel, sempre que Luís Filipe Vieira dá uma entrevista, mas também porque recicla uma velha sensação. A sensação de que até nós faríamos melhor que eles, mesmo tendo passado todo o confinamento a comer alarvemente (não vale a pena negar, não enganam ninguém) e a beber uns copos sempre que tivemos ocasião disso. E foi contra o pior adversário possível, o Clube Desportivo de Tondela. Nada contra o clube ou contra a cidade, mas tudo contra todos os trocadilhos que vamos ter de ver durante os próximos dias. Ou melhor, tudo contra todas as vezes em que vamos ver o mesmo trocadilho repetido. Sim, esse mesmo que vocês estão a pensar, e cuja aproximação me custou mais do que os dois pontos perdidos. Se querem trocadilhos parvos, deixem-nos para quem sabe. Ou deixem-nos para mim, que as pessoas já estão habituadas.
E eu sei que esta piada é reciclada, mas se o Benfica pode recuperar episódios tristes de um passado recente, eu também posso.
A começar pelo triste episódio de fazer entrar avançados e cruzar para a área, sem ver para onde vai a bola. Uma táctica tão antiga que me faz pensar que o Sr. Bruno talvez se inspire demasiado no Jaime Graça. Associado a isso, está o episódio de saírem sempre os mesmos para entrarem sempre os mesmos. Um exemplo de leitura de jogo que me faz pensar que, sempre que lemos a expressão "Treinador Com O Perfil Certo Para O Benfica", devemos traduzi-la automaticamente para "Gajo Que Não Levanta Ondas E Que Vai Ganhando Uns Joguitos". E desculpem-me o azedume, mas a única pessoa que ficou mais insatisfeita do que eu com a saída do Weigl e do Vinícius, foram os próprios Weigl e Vinícius. O Alemão chegou até a olhar para o mais recente barrete do Mendes - também conhecido como "reforço sonante no mercado de Inverno" ou Dyego Sousa - e pensou algo que eu não posso dizer aqui. Porque não falo Alemão.
E se houve jogadores que aproveitaram estes três meses sem o "futebol" Português para melhorar a sua condição - como o Jardel, que está numa boa forma semelhante à daqueles velhotes que ainda estão ali rijinhos - o mais recente barrete do Mendes aproveitou para se aproximar dos adeptos. Principalmente dos tais adeptos que comeram alarvemente durante três meses e que beberam uns copos sempre que tiveram ocasião disso. Mas talvez esteja a ser injusto com o rapaz, porque ele com certeza teve cuidado e por isso não tem culpa de ter que pedir licença a uma perna para mexer a outra. E até foi ele que cabeceou à barra e tudo, minutos depois de ter feito um passe que só não deu golo porque o alinhamento de Mercúrio com a bandeirola de canto não o permitiu. E é ele, afinal de contas, o único jogador do plantel que está em concordância com o ritmo de segunda pré-época.
Para completarmos o cenário de "onze tipos que parecem ter-se conhecido no túnel de acesso ao relvado", podíamos ter aproveitado esta indecisão relativa aos estádios para o resto da época e tomado uma decisão diferente. Em vez de jogarmos na Luz, jogávamos os jogos em casa na Serra da Estrela. Porque é o mais parecido que temos com os Alpes Suíços e porque esse é o melhor enquadramento para a ilusão de que ainda vamos ganhar alguma coisa.
CARREGA BENFICA!!
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