Benfica 1 - 1 Moreirerense
- Filipe Pires
- 3 de mar. de 2020
- 3 min de leitura

Enfim, há jogos assim. Jogados na terra dos opostos, em que o Fábio Veríssimo fez uma boa arbitragem e nem assim ganhámos. E falo logo disto ao inicio para não haver dúvidas em relação a esse assunto. Há jogos assim, em que a bola insiste em não entrar quando é tocada pelo segundo melhor marcador e jogador com mais assistências da Liga. E se pensarem que metade do nosso "jogo" passa pelo Pizzi, percebem porque é que 200 remates culminaram num único golo, marcado na recarga de um penalty. Há jogos assim, em que um guarda-redes chega ao fim com o mesmo número de defesas e de golos sofridos, enquanto o outro consegue desviar até o que normalmente seria um frango. E quando não é ele, aparece um defesa irritantemente colocado no sítio certo para evitar o que é um golo feito. E há acima de tudo, jogos em que perdemos de vez o treinador. Porque até podiam pôr (e puseram) o novo Johan Cruijff à frente da Equipa, mas se o mandarem apostar sempre nos mesmos, ou se não lhe derem alternativas viáveis, os mesmos que jogam sempre vão chegar ao fim de um mês como este derrotados. Dentro do campo e das suas cabeças. O velho Johan Cruijff disse uma vez que nunca viu um saco de dinheiro a marcar um golo, mas o novo é obrigado a rezar por uma qualquer tabela maluca que contradiga isso.
E normalmente este texto serviria para apontar alguma coisa boa no meio do caos, mas hoje não. Isto hoje serve só para uma das coisas que mais gosto de fazer: rir da minha própria desgraça. Sim, porque aquelas histórias do "Só Nós Sentimos Assim", "De Muitos, Um" ou "Pelo Benfica" não podem ser verdade só no casamento, também têm de ser verdade no funeral. Por isso, considerem o que se segue como alguém a rir-se aos pés do caixão. Convém é que não entreguem o caixão ao Rafa, para não percebermos no fim do velório que o defunto vai a caminho do cemitério errado, depois de voltas e fintas absolutamente desnecessárias. Nesta altura, a única pessoa que tem mais medo de uma investida do Rafa do que nós é o Vlachodimos. Porque o Alemão sabe tão bem como nós que mais cedo ou mais tarde aquele ataque prometedor vai acabar com uma defesa sua ou com um golo sofrido, já que o Grimaldo e o Ferro olham para mais uma perda de bola com o ar resignado de quem sabe que só por acaso é que não vão ter que enfrentar adversários em superioridade numérica. Até porque só por acaso é que o Cervi entra no lugar de onde nunca devia ter saído, e entra apenas para corrigir um erro e queimar uma substituição.
Mas não andamos a homenagear o Amaral só na ala esquerda. Na ala direita também temos gente capaz de deixar cair a urna de um Benfica quase em cinzas. E que conduzem o nosso supersónico contra-ataque com a velocidade de quem leva um ente querido (o nosso) à sua última morada. Neste caso específico, defendo grandemente o recurso a estupefacientes. Porque é essa a melhor forma de um jovem de 18 anos se entender com um Marroquino de 30, e até podia ser que entre os dois chegassem a um plano superior de consciência que lhes permitisse trocar dois passes entre si sem a bola ir para fora ou para um adversário. Mas se quiserem um exemplo de alguém que faz isto sem tabaco Tarzan (o meu enorme obrigado ao Professor Daniel Cartucho), basta olhar para o que faz o Rúben Dias, que consegue guardar num bolso os avançados da outra Equipa e no outro os seus três colegas de sector, e ainda tem tempo para aparecer a finalizar melhor (e mais frustrado por falhar) do que todos os avançados e extremos que o Treinador é obrigado a pôr em campo, por ser esse o único pára-quedas que tem para parar a nossa queda vertiginosa.
CARREGA BENFICA!!
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