Benfica 2 - 1 Braga
- Filipe Pires
- 19 de dez. de 2019
- 3 min de leitura

Estamos a começar uma boa tradição de jogos na Luz a meio da semana em que não é só a equipa de fora que joga bem. Agora temos é de nos lembrar que já não jogamos mais à quarta-feira, e que por isso temos que continuar com este hábito às quintas. E como grandes jogos pedem golos, é preciso obviamente que estejam em campo grandes avançados. E além do Carlos Vinicius (cujo nome eu acredito que seja uma adaptação para Português do Brasil de Christian Vieri), eu contei mais três: um deles retirado e a orientar um grande Braga - o Ricardo Sá Pinto - e mais dois em campo, com a particularidade de terem sido os dois formados no Benfica. Mas se o Ricardo Horta se fartou de correr e de jogar para ele e para a Equipa, o homem mais perigoso do ataque do Braga foi mesmo o Ferro, que além de um golo pleno de oportunidade ainda criou um lance de perigo em que só o jogo de pés do Zlobin é que evitou mais complicações para o nosso lado.
Calma, eu sei que o miúdo embolsou todo o ataque do Braga e ainda conseguiu fazer inveja ao Gabriel e ao Taarabt com os passes a rasgar o campo. Aquilo era uma piada está bem? Vá, guardem lá as tochas e vão buscar um saquinho de papel para respirarem lá para dentro. Ou então, vejam imagens do Rúben Dias a deixar de ser "aquele central mais durinho" e a passar a ser "Aquele Central".
Mas continuando com os grandes artistas da noite, é impossível não falar do VARtur Soares Dias. E sim, esta eliminatória já teve auxílio do VAR. Que foi tão útil neste jogo como um cão-guia também ele cego. Mas mesmo com esta falta de ajuda, esse mago chamado Artur SD foi magistral na distribuição de cartões amarelos, decisões ridículas e camadas de nervos em geral por todo o campo. Sempre que a bola esteve em condições de causar perigo a nosso favor, este Merlin da arbitragem fez questão de dizer presente e de deixar a sua marca no lance. Tanto assim foi que o próprio Taarabt olhou para o árbitro e disse "tu precisas de ajuda, deixa a bebida, ainda vais a tempo". Falando em bebida, o Tomás Tavares mal tem idade para beber, mas já joga de forma absolutamente imperial... Sim, isto aconteceu. Vamos em frente. Em frente como o Sideshow Tom, um miúdo (começo a usar esta palavra demasiadas vezes em relação a jogadores de Futebol) que dizima um adversário atrás de outro, sempre com aquela cara de quem vai sair nas notícias daqui a uns anos, como aquele rapaz que era uma jóia e que nunca ninguém pensou que havia de fazer uma coisa daquelas.
Mas toda a gente precisa de um amigo e o nosso Tomás não é excepção. Por isso, senhores do Benfica que me lêem, liguem para os senhores do Braga que também me leiam (ou para um dos outros, se der mais jeito) e tragam o Francisco Trincão para a Luz o mais rápido que conseguirem. Este mês era o ideal. Se for uma questão de transporte, estou de folga no Sábado. Era mesmo muito engraçado se não deixássemos fugir um miúdo (é, calha a todos mesmo) que consegue dar a volta à nossa ala esquerda como a nossa ala esquerda dá a volta aos adversários. Temos é que o guardar bem, porque neste jogo os comentadores da RTP mostraram um entusiasmo quando ele tinha a bola que eu não sei bem se é legal. Mesmo assim isso não foi a pior coisa que saiu daquelas bocas, porque de cada vez que o César Peixoto comentava o jogo eu ficava a pensar que ele de facto falava melhor com os pés. Depois lembrei-me de como é que ele falava com os pés e fiquei a pensar se não se perdeu ali um grande jogador de Andebol. Felizmente, o César teve com ele um colega capaz de fazer a piada que já toda a gente pensou, mas que ninguém teve coragem de dizer. Já todos pensámos no trocadilho entre Adel e Adele, mas foi preciso um comentador da RTP cheio de coragem para que ele fosse finalmente feito e para que todos possamos seguir com as nossas vidas. E a coragem de fazer a piada óbvia também tem muito mérito.
CARREGA BENFICA!!
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