top of page

Benfica 3 - 0 Zenit

  • Filipe Pires
  • 11 de dez. de 2019
  • 4 min de leitura

Quando vejo o Benfica a jogar na Liga dos Campeões fico com várias impressões, todas elas bastante únicas. A primeira impressão com que fico é que, se o Dani tivesse jogado tanto como fala, já tínhamos resolvido a questão do novo Rui Costa há muitos anos. A segunda ideia que tiro dos jogos desta competição (e deste plantel, às vezes) é que se o Adel fosse um daqueles Marroquinos que vem a Portugal com uma carga de mercadoria às costas, a mercadoria dele eram os colegas. E por último (e esta é a impressão que mais fica e mais me dá que pensar) fico muitas vezes com a ideia que a Liga dos Campeões para nós é como um play-off para chegarmos à Liga Europa. É quase como se, quando é feito o sorteio dos grupos, alguém chegasse ao balneário e dissesse "meus senhores temos uma tarefa difícil pela frente, este é um grupo muito equilibrado em que qualquer Equipa pode chegar ao sonho, mas se perdermos por poucos e jogarmos o mínimo exigível nos últimos jogos, acho que conseguimos tranquilamente o terceiro lugar."

Mas vamos deixar as teorias da conspiração de lado, porque o Futebol do Benfica já parece escrito o suficiente sem elas. Não acreditam? Então imaginem as nossas épocas como uma sitcom, com argumentistas mais ou menos embriagados e com um elenco que muitas vezes parece entrar em cena a perguntar-se "então mas esta gente droga-se?" Os protagonistas de "Pastelaria Damião" são dois amigos com sortes diferentes na vida: primeiro o jovem Rúben, que começou a trabalhar como empregado de mesa assim que acabou a escola. Depois o jovem Francisco, que se formou em Filosofia mas que foi obviamente parar ao mesmo sítio, onde foi acolhido pelo amigo. Agora, e durante os próximos 40 anos, os dois vão distribuir bolachas por todo o Portugal e parte da Europa, com a ajuda de vários actores que por vezes não percebemos como é que chegaram a uma produção deste nível, mas que ainda assim vão aparecer nas fotos das entregas de prémios. O dono da pastelaria é o Grego Odysseas, que aparece quase sempre sentado numa cadeira de praia a corrigir o trabalho dos empregados, levantando-se apenas ocasionalmente para corrigir um erro que viu antes de toda a gente e que ia levar a que um bolo de arroz caísse no cesto errado.

A "Pastelaria Damião" tem três distribuidores, mas nem todos aparecem em todos os episódios. O mais presente chama-se Gabriel, um homem que veio do Brasil para a Europa em busca de uma vida melhor e que encontrou na distribuição de bolos um emprego tranquilo, que ele desempenha de modo competente e sem levantar ondas. É muitas vezes Gabriel que funciona como voz da razão nas horas de mais serviço, chegando a ajudar Rúben e Francisco quando os dois parecem não chegar para as encomendas. O segundo distribuidor chama-se Adel e é uma antiga estrela de Rock, que resolveu trocar a vida boémia por um emprego das 9 às 5, quando viu a fortuna que conseguiu com os êxitos do passado a esgotar-se, entre noitadas descontroladas e after-hours também descontrolados. Adel mantém no entanto o vício da velocidade e é capaz de fazer com uma Peugeot Partner o que muita gente não faria com um Aston Martin, graças a uma capacidade quase sobre-natural para perceber qual o melhor caminho para ultrapassar as horas de ponta causadas pelas pastelarias concorrentes. Os seus colegas de trabalho parecem cada vez mais adaptados à sua velocidade de raciocínio e ultimamente isso tem servido para melhorar a qualidade dos episódios. O terceiro distribuidor chama-se Andreas e já foi um dos protagonistas, mas ultimamente assume um papel mais secundário. É um actor que continua na série muito por mérito próprio, mas cada vez mais como alguém que lembra os novos membros do elenco daquilo que a "Pastelaria Damião" representa para os fãs.

No papel de organizadores de stocks estão três jovens talentos, que compensam alguma falta de experiência com uma enorme vontade de sucesso e com muito amor à produção e aos fãs. Este trio começou como uma dupla, (inicialmente este papel estava entregue apenas aos pequenos Alex e Franco) mas os últimos episódios têm contado com um cada vez mais presente e confiante Tomás, mais uma jovem promessa dos palcos nacionais. Se o trabalho dos últimos episódios for indicativo de alguma coisa, então os fãs de "Pastelaria Damião" podem ficar descansados quanto ao desempenho destes papéis durante muitos anos. Mesmo que por vezes apareça em palco a personagem Caio, desempenhada por um dos tais actores que ninguém sabe bem como é que chegaram a este nível. Todas as vendas da Pastelaria são feitas e/ou coordenadas por Pizzi e Chiquinho, os quebra-corações da série e que são capazes de vender um quilo de ovos moles numa clínica de diabéticos. São muitas vezes eles a ser chamados para receber os sucessivos prémios que a série acumula, mas tanto eles como os fãs sabem que todos os êxitos são o resultado de muitas horas de escrita e muita análise aos episódios anteriores. Estes dois actores são vistos e reconhecidos mais vezes que os colegas porque, mesmo não sendo eles os protagonistas da série, é muitas vezes graças a eles que uma pedra transparente se transforma num diamante. São também eles que levam muita gente a ligar a televisão para ver os episódios emitidos em directo, ou a pagar bilhete para ver as gravações ao vivo.

Por fim, no papel de entregador de bolos ao pontapé está um jovem Brasileiro chamado Carlos, que se apresenta sempre com cara de poucos amigos mas que rapidamente se tornou num dos favoritos do público, pela capacidade de trabalho e por fazer rir todos os espectadores, com a sua forma única de apresentar piadas sucessivas com a expressão mais natural do Mundo. Carlos forma por vezes uma dupla cómica clássica com o Suíço Haris, que contrapõe o "palhaço triste" do seu colega com as desventuras do seu "palhaço feliz". O contraste estabelece-se pelo paradoxo das suas nacionalidades, mas também pelo humor mais físico de Haris, que em palco é capaz de falhar entregas de encomendas das formas mais espectaculares e imprevisíveis, levando o público a soltar (tanto em casa como nos teatros) um dos mais célebres chavões da série: "f@$a-se Haris, outra vez!"

CARREGA BENFICA!!

Comments


 
 próximos EVENToS: 

 

22 e 23 de Abril de 2017:  1º Torneio Solidário de Futebol de Rua do Algarve

 

Data a designar:  1ª Academia de Escrita Criativa do Algarve 

 

Data a designar:  Próximo Evento

 

Data a designar:  Próximo Evento

Um bilhete de entrada para o algarve: 

 

O Portal do Algarve mostra-te o que de melhor se faz na nossa região. 

Aqui, poderás actualizar-te sobre os últimos acontecimentos desde a cultura à politica, passando pela sociedade e religião. Fica a par das melhores estas do Algarve, peças de teatro e cena, exposições, eventos desportivos e culturais. Damos-te a conhecer as figuras publicas da região e jovens como nós, mas "com um Q de especial". Nada te escapará.
Tira já o teu bilhete e vem connosco conhecer todo o Algarve deste mundo.

Siga o portal do algarve: 
 POSTS recentes: 
 procurar por TAGS: 

Todos os direitos são reservados. Qualquer copia integral ou parcial constitui crime punível pela lei.

bottom of page