Benfica 2 - 0 Rio Ave
- Filipe Pires
- 2 de nov. de 2019
- 3 min de leitura

Tenho de confessar que tinha receio deste jogo. Não por uma eventual "fraqueza" sentimental da parte do nosso Treinador, por ser amigo e familiar de elementos da equipa técnica do Rio Ave, mas porque acredito que a história é cíclica e porque me lembro de qual foi o primeiro jogo do Cruijff de Setúbal à frente do Benfica. Foi precisamente contra o Rio Ave e na altura demos a volta a um 0-2. Imaginem por isso o estado em que ficou o meu coração quando vi o Pizzi a fazer o segundo golo e comecei a ver a vida a passar-me à frente dos olhos. Pronto, está bem, foi só o dia 6 de Janeiro de 2019 que me passou à frente dos olhos, mas o exagero é importante na comédia. Estão satisfeitos agora que já expliquei a piada? Pronto. Realmente, escrever piadas para vocês é como um adversário a querer passar pelo Gabriel: não senhor, não pode ser, não há cá brincadeiras. E se por acaso conseguir fazer passar alguma graçola, lá vão vocês a correr com esse fôlego inesgotável de quem defende a seriedade como o novo Gilberto Silva defende o nosso meio-campo defensivo.
Mas continuando no assunto do meu coração (isto está a ficar estranho hoje), tenho que agradecer ao senhor Carlos Xistra pela protecção que lhe deu. Porque o senhor árbitro sabe o aperto que me dá no peito sempre que temos que marcar um penalty e por isso deu só canto num lance em que o André Almeida foi empurrado dentro da área. E nem sequer foi ver a repetição, para não ser tentado a marcar a falta. Ou isso ou tomou uma decisão assente no nosso pouco aproveitamento de cantos, pensando algo como "também não hão-de marcar um logo a seguir a ter deixado passar um penalty". A coincidência serviu de emenda e a única coisa que o senhor Xistra marcou a nosso favor até ao final da primeira parte foram faltas a meio-campo, o que levou a que o Chiquinho fosse falar com o árbitro ao intervalo, dizendo que se lembrava de um jogo na Luz na época passada em que foram marcadas as faltas que ele sofreu junto à área. Perante isto, Carlos Xistra recordou o nosso jogador que, na época passada, ele não jogava no Benfica.
Esta passividade perante a pancadaria desenfreada (conhecida em Portugal como "critério largo na arbitragem") afecta tanto o lado físico como o lado psicológico dos jogadores e mais uma vez o Chiquinho foi o exemplo disso, uma vez que avançado começa já a sofrer também do conhecido Síndrome de Cervi, uma condição que deixa os jogadores de joelhos no relvado e a olhar com descrença para quem tenha um apito, enquanto tentam perceber se vale tudo para as duas Equipas ou só para quem não veste de Vermelho E Branco. A prova da existência desta doença foi dada por Nuno Santos, antigo jogador do Benfica dispensado por não convencer o mesmo treinador que contratou Caio Lucas e André Carrillo, que não conseguiu esconder um ar de genuína surpresa quando sofreu uma falta e viu o árbitro parar o jogo para sancionar o lance. Quem parece estar um passou mais próximo da cura é o próprio Cervi, que hoje já se conseguiu envolver num lance em que alguém viu um cartão. Tudo bem que o cartão foi para ele, mas ainda assim foi um passo positivo. O Demónio Argentino foi punido por palavras e essas palavras foram "f"#$-se oh Carlos, já lá vão 50 mocadas sem marcares falta. E isto só hoje."
Mas não foi só o inicio da cura do Cervi que correu bem esta noite. Também houve coisas boas relacionadas com aquela coisa do pontapé na bola e não sei quê. Por exemplo, o Pizzi parece ter reaprendido a diferença entre chutar a bola na esperança de que alguém lhe chegue e uma assistência. E parece também que alguém lhe meteu finalmente na cabeça que ele não tem que marcar só os golos que mais ninguém marcava, os golos só de encostar também são bonitos e valem tanto como os outros. Ainda assim, o Maestro parece não conseguir fazer nada sem classe e ainda tirou dois adversários do caminho com um simples toque antes de fechar o jogo. Houve também um momento bonito na reentrada das Equipas, quando o Florentino entrou à frente dos colegas e conseguiu finalmente antecipar-se a alguém. O miúdo tomou-lhe o gosto e passou toda a segunda parte a garantir que a bola não batia no senhor Tarantini, preservando assim a segurança do idoso Capitão do Rio Ave.
CARREGA BENFICA!!
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