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Benfica 4 - 0 Portimonense

  • Filipe Pires
  • 31 de out. de 2019
  • 4 min de leitura

Antes do habitual humor de excelente gosto que caracteriza esta rubrica, duas notas muito a sério (pffft...). Primeiro para quem quer que seja o responsável pelo "espectáculo" de pirotecnia antes do jogo e quando marcamos um golo, porque é uma decisão extremamente azeiteira e porque se o fogo chega ao azeite pode haver complicações. A segunda nota séria (mpfff...) vai para o Cruijff de Setúbal, que se queixa como todos nos queixamos do estado da relva, mas que depois larga o Gabriel lá em cima. Decida-se mister, ou temos um relvado em condições de ser novamente estragado para o ano ou temos um tanque em campo que, mesmo não estando em plena forma, tem pulmão suficiente para iniciar a construção do nosso jogo e a destruição do jogo adversário. E muito menos ajuda que tenha tirado o rolo compressor da garagem. Tudo bem que foi só para ver o óleo e se ele ainda liga, mas este não é o relvado certo para pôr em campo a verdadeira dimensão do Benfica.

Até porque a verdadeira dimensão do Benfica só se notou a espaços neste jogo e até começámos com um susto, porque podíamos ter ficado a perder com um golo ilegal logo nos primeiros minutos. E dirão os mais inocentes (chamemos-lhes assim) que, se o golo fosse realmente ilegal, o VAR ia intervir e anulá-lo. E direi eu que já vi muitas vezes o final desse filme que isso é tão provável como eu aproveitar o fim de semana grande para ir ali esgotar os Coliseus num instante. Houve no entanto um golo com intervenção do VAR, obviamente a favor do Benfica e obviamente legal, em que foi notória a aflição de Manuel Mota enquanto falava com os seus colegas, pedindo-lhes por tudo que entortassem as linhas de guia ou que encontrassem uma falta feita na semana passada que permitisse anular o lance. Isso não aconteceu e o Vinícius mostrou novamente que tem um grande jeito para marcar quando sai do banco.

E também tem jeito para marcar quando é titular, vistas bem as coisas. Porque se o segundo golo foi marcado depois de o Carlos ter ido ao banco receber assistência (mas não foi nada de grave, para espanto de toda a gente), o primeiro golo foi marcado depois de um clássico movimento "à ponta-de-lança". Tudo isto conjugado com o facto de o rapaz também ter corrido que se desunhou para ajudar a Equipa tanto a construir como a pressionar. Ou seja, o Vinícius mostrou hoje (e tem mostrado desde que chegou) que é possível ser um avançado que trabalha para a Equipa, mas que também trabalha para os adeptos. E se alguém for contratado por um valor que envolva a palavra "milhões", fica-lhe bem fazer as duas coisas. Aprofundando mais a análise aos nossos golos, fica um desafio: digam a alguém que não tenha visto este jogo que marcámos dois golos de canto e que o primeiro deles foi marcado pelo André Almeida, de cabeça. Filmem a reacção e enviem-me, sobretudo depois de responderem à pergunta: "não, agora a sério. Como é que foram os nossos dois primeiros golos?"

O que foi tristemente normal antes dos golos foi a atitude do Portimonense. Porque a viagem de Portimão a Lisboa é demorada, mas os jogadores do adversário conseguiram demorar ainda mais do que isso para repor a bola antes do 1-0. Tão triste como isso foi aquela coisa tantas vezes confundida com a chamada raça, mas que tem um nome diferente. Como é que se chama mesmo? Ah sim, é isso: bater indiscriminadamente em toda a gente que tenha uma camisola diferente e que saiba o que fazer com a bola. Ainda assim, isto foi uma excelente oportunidade para voltarmos a ver o Samaris Mestre de Kung-Fu, ao invés do mais habitual Samaris Filósofo Que Se Pergunta Se Alguém Se Importava Que Ele Arrancasse Uma Perna De Um Adversário À Dentada. O Senhor Benfica parece ter encontrado finalmente o equilíbrio entre as suas duas vertentes, já que neste jogo distribuiu a ocasional fruta, mas soube fazê-lo com o critério de um experimentado cinturão negro e não com a sua antiga impetuosidade de aluno que entra numa arte marcial para descarregar frustrações. Falando em antigas versões de pilares do Balneário, ao minuto 83 (curiosamente o minuto que o Luisão escolheu várias vezes para fazer cortes e golos decisivos) voltámos a ver um laivo do velho Jardel, com um corte no limite e que nos fez (a mim pelo menos fez) lembrar o tempo em que ele não era um Sargentão que observa à distância, mas sim um soldado que arrancava para o relvado com a faca entre os dentes e que tem uma tatuagem onde se lê " Grande Área do Benfica 2010, Amor de Mãe".

Deixando agora violência metafórica e passando para uma bem real, durante a primeira parte Franco Cervi foi atingido a tiro por todo o flanco direito do Portimonense, tendo sido antes durante e depois vítima de toda a espécie de agressões. Vendo o Demónio Argentino a sangrar no chão e a pedir debilmente ajuda, Manuel Mota ter-lhe-á dito que se deixasse de fitas porque não tinha havido falta nenhuma. Minutos mais tarde, Lucas Fernandes tentou aplicar o mesmo nível de violência sobre o Gabriel, mas por motivos insondáveis o árbitro resolveu marcar falta e mostrar o cartão que o jogador do Portimonense tinha de ver pelo que fez. Tem qualquer coisa a ver com as regras do jogo ou algo desse género, não sei. Só sei que as olheiras do Cervi ficam cada vez mais fundas e que estamos cada dia mais próximos de ele entrar em campo com o olho esquerdo a tremer e pronto para dizimar toda a gente, colegas incluídos, para depois ser apelidado de "jogador violento", "caceteiro" ou "ele era uma jóia de rapaz, nunca imaginei que fosse capaz de uma coisa destas". O Grimaldo que abra os olhos para o que se passa com o seu Amigo e que lhe dê um abraço e o leve a jantar fora, em vez de andar a bater cantos perfeitos ou a fazer assistências perfeitas de 60 metros. Há coisas mais importantes que o Futebol Alex. Assim de repente não me lembro de nenhuma, mas há.

CARREGA BENFICA!!

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