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Global Kombat

  • Filipe Pires
  • 26 de out. de 2019
  • 5 min de leitura

A Vida é um jogo. Para as pessoas religiosas é um jogo de equilíbrios entre o bom e o mau que existe em cada um de nós, para os filósofos é um jogo de equilíbrios entre experiência e pensamento e para o Keith Richards é um jogo de equilíbrios entre heroína e cocaína. Se ainda não leram o livro do Senhor ganhem vergonha e leiam, vale bem a pena. Agora que o Professor Marcelo anda ocupado com outras coisas, estou cá eu para bons conselhos literários. Mas se a Vida é vista assim por aquelas pessoas, para quem tem juízo e a cabeça fora da areia a Vida é um jogo de interesses de quem manda realmente nisto e a quem convém que as coisas andem bem nuns sítios e mal em outros. E é por não passarmos de peões nas mãos de vários enxadristas bêbados (uma perspectiva quase nada saída das melhores teorias da conspiração) que o Mundo merece ser analisado como se fosse um gigantesco jogo de porrada de criar bicho.

Médio Oriente - aquela arena clássica, de quem toda a gente conhece os truques e as passagens secretas, mas onde de vez em quando aparece um jogador novo com umas ideias explosivas. Quase nada surpreende os jogadores que a usam, a não ser a facilidade com que se conseguem assustadoras pontuações recorde sucessivamente, sobretudo se pensarmos que já não deve sobrar quase nenhum NPC (non-playable character, ou personagem não utilizável) para aumentar a classificação com danos colaterais. Continuam a ser publicadas algumas expansões (as mais recentes chamadas "Líbano" e "Turquia-Síria"), mas nenhuma tem o brilho dos packs "Guerra do Golfo" (que entretanto ganhou uma nova versão perfeitamente dispensável e felizmente já retirada do mercado) ou do grande sucesso "Israel vs. Palestina", que catapultou esta arena para as bocas do Mundo, mas que foi afectado entretanto pelo sempre fatal bug "Outra Vez Arroz". Está na hora de parar de tentar que este sapo morto dê saltos, já que a cada nova expansão os jogadores percebem que se trata apenas de uma forma de ganhar dinheiro.

França - uma arena em quem pouca gente (ou mesmo ninguém) apostou durante muitos anos, tal a facilidade com que os jogadores se passeavam por ela com uma resistência quase inexistente, tanto da parte dos NPC como da parte dos personagens criados para defender o cenário. Desta forma, durante vários anos a expressão "à grande e à Francesa" foi utilizada entre os jogadores para descrever uma passagem de nível sem sofrer qualquer tipo de dano (a chamada Flawless Victory - Vitória Sem Falhas) e vários jogadores menos experientes escolhiam iniciar as suas campanhas nesta arena, pelo baixo grau de dificuldade. Não era estranho ouvir entre os jogadores a expressão "F de Fácil, F de França", até ao final do ano passado. Porque em Outubro de 2018, alguns programadores independentes lançaram a patch "Coletes Amarelos", que veio dificultar muito a passagem deste nível, graças a uma reprogramação de personagens até então definíveis como "choninhas". A patch parece entretanto ter perdido algum do apelo e fulgor iniciais, mas proporcionou aos jogadores muitas horas de bom divertimento.

América do Sul - uma novidade que pode mais cedo ou mais tarde tornar-se num novo Médio Oriente, mas que por enquanto é um conjunto de arenas onde os jogadores ainda têm de apalpar o terreno, tal a quantidade de possíveis perigos que espreitam a cada passo. Quer seja pela presença de diversa vida selvagem inspirada no survival "Austrália" e que é capaz de tirar vidas até ao jogador mais experiente, quer seja pela agressividade dos personagens. Aqui, os NPC desempenham um papel central, apesar de terem uma programação algo agressiva, o que leva muitas vezes a danos colaterais e à destruição dos cenários. As diversas arenas desta nova edição de "Global Kombat" parecem ter uma história transversal, mas que apresenta argumentos legítimos em todas elas. Em todos os níveis o jogador é confrontado com um vilão tirano e corrupto que não aceita abdicar do poder, o que arrasta hordas de NPC para as ruas, onde se desenrolam violentos conflitos com os personagens responsáveis pela defesa dos sete níveis até agora divulgados. Esta nova edição tem a particularidade de poder ser jogada em paralelo, contrariando o clássico modelo de passagem de níveis e proporcionando evolução dentro de cada uma das arenas. O objectivo é também transversal aos vários níveis e passa por derrubar os tiranos do poder enquanto tentamos não levar com um calhau, portanto, na mona. Nos fóruns on-line e nas publicações da especialidade debate-se a possível existência de um super-vilão a que foi atribuído o nome de código Echo Uniform Alpha, mas a empresa responsável pelo "Global Kombat" (a Quero Mais Que Vocês Se F*dam, Eu Sou Rico E Estou A Curtir Games) não confirma nem desmente esta possibilidade.

Hong Kong - talvez a maior surpresa das edições recentes, dada a tradicional programação rígida tão defendida pelos programadores do Extremo Oriente. Esta arena aparece no "Global Kombat" como um iniciativa de programadores independentes (mais ou menos, considerando a área de que se fala) para introduzir na super-arena "China" o patch "Direitos Humanos". Apesar de haver bastante resistência da parte dos administradores de "China", o mercado Asiático vence sobretudo pela força dos números, pelo que a arena "Hong Kong" teve uma adesão em massa por parte dos jogadores. Esta arena é jogada sobretudo no modo de rede, tendo milhões de jogadores ligados em simultâneo, cooperando dentro da já referida patch mesmo que ela funcione ainda com bastantes falhas. Segundo os jogadores, esta é a melhor forma de mostrar aos administradores que a instalação de "Direitos Humanos" é de facto o melhor caminho a seguir nesta edição do jogo. A este pedido, os administradores responderam com um taxativo "nem que te pintes de amarelo", resposta à qual se seguiu um silêncio desconfortável. Tanto a arena "Hong Kong" como a super-arena "China" foram afectadas pelo bug "Outra Vez Arroz", mas aqui não é defeito, é feitio.

Salas de Aula em Alvalade - a par de "Hong Kong", esta é uma das maiores surpresas do jogo. É pouco mais do que um nível de treino, mas é um novo espaço bastante atractivo para os jogadores, já que os níveis de violência atingidos são exclusivamente da sua responsabilidade. Todo o cenário é utilizável como arma de arremesso ou como auxiliar à destruição dos quase indefesos NPC que, apesar de apresentarem níveis de desenvolvimento relativamente baixo, não se coíbem de provocar mesmo o jogador mais experiente, já que a sua programação assenta no protocolo "Costas Quentes". Este protocolo garante aos NPC destes níveis protecção quase total contra as consequências das suas acções dentro do jogo e leva muitas vezes os jogadores a ter problemas com os administradores dos servidores, quando incorrem em excessos de entusiasmo. Há no entanto jogadores que aceitam estes problemas de bom grado, já que consideram incrivelmente satisfatória a possibilidade de fechar repetidamente uma janela contra o crânio de um dos NPC. Para escapar às complicações decorrentes do seu comportamento, muitos utilizadores alegam os bugs "Esgotamento Nervoso" e "Instabilidade Mental", havendo também o muito popular DLC (Downloadable Content - Conteúdo Descarregável) "Tenho Um Advogado Bom P´ra Chuchu", que embora garanta uma impunidade quase total aos jogadores, não é acessível a todos os bolsos.

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