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Vive La France!

  • Filipe Pires
  • 26 de set. de 2019
  • 2 min de leitura

Ah, o preconceito! Essa besta que inviesa o olhar e nos faz ver apenas os defeitos, cegando-nos para as qualidades. A sombra que tapa a luz das virtudes e que nos faz dizer, perante um trabalho bem feito, um inevitável "sim, está bem. Mas...". E eu preconceituoso contra os Franceses me confesso, por achar que de França sai tudo menos parvoíce da boa. Até à semana passada, quando li a notícia de que um tribunal na terra do Astérix considerou que uma morte durante o amor foi um acidente de trabalho (1).

Calma, ninguém morreu antes de ser pago.

O caso, ocorrido em 2013, teve o seu desfecho este ano, provando que até na justiça Francesa se encontram emigrantes Portugueses. E se o título da notícia já permite soltar um "então mas isso é estúpido!", essa exclamação ganha ainda mais força ao ler o conteúdo da mesma, já que a morte aconteceu durante o amor adúltero. Sim, um engenheiro Francês traiu a mulher durante uma viagem de negócios, morreu de ataque cardíaco durante a traição e a empresa TSO - do ramo dos caminhos de ferro e cujo nome se deve ler como "TanSO" - vai ter de pagar 80% do ordenado do falecido aos respectivos filhos, até ao ano em que o homem iria atingir a reforma. E se pensavam que esta família vai deixar de usufruir das benesses do excesso de amor do papá nessa altura, desenganem-se. Porque depois da idade prevista para a reforma de Tomás A Locomotiva Do Amor, o pagamento vai passar a ser responsabilidade do Estado. Esta situação mostra bem as consequências do excesso de libido, já que depois de fazer amor com uma mulher que não aquela a quem jurou amor eterno - provando de uma vez por todas que quem mais jura mais mente - este engenheiro vai agora fazer amor com a empresa que o contratou e posteriormente com todos os contribuintes Franceses.

Fontes fidedignas afirmam que, já no além, Tomás terá dito aos seus compatriotas: "aguenta e não chora".

Como se não bastasse toda esta folia, o coup de grâce (ou, em Francês, o golpe de misericórdia) de toda esta situação vem já a seguir. Porque este engenheiro não só vai garantir a estabilidade financeira da família com a sua morte por enfarte durante um adultério, como esse enfarte nem sequer aconteceu no hotel que a TSO tinha pago. A acrescentar a tudo isto, o tribunal declarou ser responsabilidade da empresa tudo o que o empregado fez dentro e fora do horário laboral e se também se riram com a parte do "dentro e fora" sejam bem-vindos, estão no sítio certo. Para finalizar aquilo que me parece ser a melhor defesa dos direitos dos trabalhadores alguma vez feita, o tribunal decretou ainda que este encontro foi uma coisa normal do dia-a-dia. E quem nunca cometeu adultério durante uma ida ao supermercado ou enquanto lava os dentes que atire a primeira pedra. Todo este caso pode ainda ser visto como uma boa forma de regular a caça furtiva, porque se o preço do chifre de rinoceronte é ditado pelo mercado negro, o preço do chifre de Francês é ditado pelo próprio Estado.

(1) https://observador.pt/2019/09/13/tribunal-frances-considerou-acidente-de-trabalho-a-morte-de-homem-durante-ato-sexual-numa-viagem-de-negocios/

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