Moreirense 1 - 2 Benfica
- Filipe Pires
- 22 de set. de 2019
- 3 min de leitura

Neste momento, qualquer Mini Estádio da Luz é mais a nossa casa do que a verdadeira Luz. Pelo ambiente de apoio infernal e incondicional e também pela própria relva. E o apoio é especialmente importante em jogos mais difíceis como o de hoje, jogos em que quem tenta fazer humor sobre o Maior do Mundo passa os dois primeiros minutos sem acertar uma piada, mas tem sempre o conforto de o Rúben Dias ter acertado o mesmo número de passes nesse período. Jogos em que o Futebol não é bem Futebol, é mais uma malta a jogar à bola e em que o adepto dá por si a pensar: "se não der para mais, ao menos que empatem com o Moreirense". E isto não é demérito nenhum para o adversário, que mesmo tendo mudado de treinador continua com um estilo de jogo e uma honestidade em campo absolutamente maravilhosos e que são de louvar. Mas há jogos em que usamos o título de Maior do Mundo apenas para dizer que não estivemos à altura dele e em que alguns adeptos pensam em deixar de apelidar o Treinador como Cruyff de Setúbal, para passarem a chamar-lhe Sr. Bruno.
Continuando a falar do Treinador e fazendo a comparação entre este jogo e o jogo de quarta-feira passada, tenho que discordar do Cruyff de Setúbal. Porque se alguém mete o Tomás Tavares na Liga dos Campeões e o André Almeida no Campeonato, isso significa que jogamos com um lateral direito em condições nos jogos internacionais e um jeitoso que até faz o lugar nas competições internas. E talvez tenha ficado mal habituado rapidamente, porque o André Almeida estava cansado quando saiu, mas mais cansado estava eu de o ver falhar cruzamentos e passar para trás e para o lado. Desculpa Cafú de Loures, hoje foi fraquinho. Mais fraquinho que tu só o Sr. Soares Dias, que hoje apitou de laranja fluorescente para nos lembrar que toda a sua carreira foi um feliz e infeliz acidente. Feliz para ele, muito infeliz para nós. Houve no entanto um momento bonito de sã camaradagem entre o Sr. Árbitro e Alex Soares, com Soares Dias a assegurar com um sorriso e bastante galhofa que hoje não ia acertar numa falta nem que os Lampiões se pintassem de amarelo.
Se o Artur tivesse falado com o Seferovic a conversa ia ser bastante diferente, porque o nosso avançado, herói, goleador implacável, tipo que se arrepende a meio de mandar calar os adeptos novamente e novo Eusébio ia com certeza dizer-lhe muitos dos palavrões que já conhece em Português. Principalmente porque todas bolas que os nossos avançados remataram para fora deviam ter sido cantos a nosso favor, já que tanto o Haris como o Raúl foram durante boa parte do jogo dois centrais adicionais na Equipa do Moreirense. E o Raúl é um central tão seguro que, com ele em campo, qualquer guarda-redes adversário acha que é o Higuita. De Tomás pôde ainda assim contar com a solidariedade do Grimaldo, que hoje partilhou com ele os seus dois problemas: ambos remataram de todo o lado de forma inconsequente e são ambos Espanhóis. E esta solidariedade entre colegas é bonita, mas convém lembrar de que o trabalho do Grimaldo assenta em evitar golos e marcar uma vez por acaso e o do Raúl assenta exactamente no contrário.
Sobre a temática de evitar golos, ainda bem que o Português do Vlachodimos já está num nível que lhe permite perceber a nossa imprensa desportiva. Depois de ter passado todo o Verão a ler sobre aquilo que o Benfica precisava num guarda-redes titular, Odysseas puxou dos galões da sua metade Alemã e tem trabalhado incansavelmente para preencher os critérios que definem um guarda-redes de Equipa grande: ser uma voz de comando, ter qualidade a sair dos postes, controlar a profundidade do adversário, saber jogar com os pés e dar um frango monumental ocasionalmente. A bem da sua relação com os adeptos, ele que preencha este último requisito depois da final de Istambul. Sim, a final daquela competição que decorre às terças e quartas-feiras assim pela hora do jantar. A mesma competição onde o Pizzi desaparece misteriosamente do campo apesar de estar na ficha de jogo como fez hoje, talvez por ver um equipamento verde e branco e pensar que ia jogar contra o Celtic de Glasgow. O nosso Maestro conseguiu ainda assim alguns dos seus habituais passes para o sítio certo para a jogada dar golo a nosso favor. O problema foi que o sítio certo para a jogada dar golo a nosso favor esteve quase sempre ocupado exclusivamente por adversários.
CARREGA BENFICA!!
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