Benfica 0 - 2 Porto
- Filipe Pires
- 25 de ago. de 2019
- 3 min de leitura

Digam-me se já viram este filme: o Porto chega à Luz com quatro jogadores de Futebol, seis tipos que foram contratados à última da hora e que só são conhecidos de quem não quer admitir o contrário e o Pepe. Estes onze rapazes chegam à Catedral, fazem o jogo de uma Vida durante 45 minutos e o anti-jogo de uma Vida no restante tempo. São ajudados por um qualquer Jorge Sousa ou Soares Dias (não quero ser o teórico da conspiração, mas deixar jogar com jogadores do Benfica caídos e parar o jogo depois de recuperarmos a posse é, no mínimo, conveniente), que considera tão faltosa uma entrada de pitons à frente como um tropeção de um dos tais rapazes que ninguém conhece em si próprio. Enquanto isto, o Pepe vai distribuindo alegremente fruta em toda a gente que tenha uma camisola diferente da sua e vai acumulando pontos para derrotar o Otário, perdão, Otávio e o Rúben Micael na corrida ao título de Maior Mete-Nojo do "Futebol" Português. Reformulando: digam-me quantas vezes é que viram este filme.
Mas vamos às coisas boas.
Pronto, já está.
Brincadeiras à parte (isto não é para levar a sério, é só uma boa forma de começar um parágrafo), houve algumas coisas positivas neste jogo. Por exemplo, o Sérgio Conceição mostrou que aprende com o trabalho dos colegas e manteve a inovação táctica do Silas, que criou uma forma de marcar o Rafa assente em "quem não tem amarelo vai-lhe às pernas". Ainda assim e querendo sempre inovar, o treinador do Porto criou o sistema "é sempre o mesmo a ir-lhe às pernas, porque para nós não há amarelos" e isso por isso o Rafa foi uma perfeita representação daquilo que a Equipa mostrou durante todo o jogo: andou sempre de rastos. Mas ao menos o Rafa ainda apareceu, ao contrário do Samaris que só se fez notar quando foi receber assistência fora de campo e que me fez pensar se ele não será um dos tais rapazes do Porto que nunca viu uma bola. Só faltou jogar como se a Vida dele dependesse disso. Ou jogar de todo.
Falando em aparecer na altura errada, o Lage que se deixa surpreender escolheu um belo jogo para pôr a cabeça de fora. Mas não vamos já crucificar o Homem, porque afinal de contas ele só pôs em campo uma defesa em que o jogador mais velho tem 23 anos, com um lateral adaptado que não acertou um único passe e com um Ferro que, talvez cansado de ser central, foi um autêntico número 10, a assistir e a dar espaço para dois golos. Golos do rival (ahahahahahahahah, hoje é para não chorar, deixem-me ter este momento), mas golos ainda assim. Mas se eles eram os melhores ontem, esta derrota não significa que sejam os piores hoje. Eles vão ser os piores até ganharmos novamente, porque nessa altura já voltamos a ter a força da juventude na defesa, em vez de termos quatro maçaricos e um treinador que inventa demais.
E se não acreditarem que é possível fazer tão rapidamente o ciclo bestial-besta-bestial falem com o Taarabt, que me mostrou que não há realmente impossíveis na Vida, simplesmente por me ter feito pensar: "quem devia entrar para mudar isto era o Taarabt", num claro sinal de que algo está muito mal no Mundo. Ou muito bem, vamos ter que esperar para descobrir. Esta crença foi reforçada quando ele entrou ao intervalo e foi um dos mais esclarecidos dentro de seja lá o que for que fizemos, para além de ter entrado a dizer aos colegas um bem Português "vamos embora, c#$%lho". E agora fica um conselho para os jogadores do Benfica: se o Adel Taarabt vos disser que ainda há tempo e que nada está perdido, acreditem nele. Mas não foi só o Marroquino a dar motivação a quem acha que algo é impossível. E por isso meus caros, quando a montanha parece alta demais e o vosso objectivo for nada mais que um sonho, lembrem-se que vivem num Mundo em que o Pizzi passou um jogo inteiro sem acertar um único passe com mais de dois metros e em que o Florentino perdeu bolas em antecipação. Se não acreditarem em mim, vão ver o jogo. Mas escusam de me vir mostrar, uma vez chegou.
CARREGA BENFICA!!
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