Benfica 5 - 0 Sporting
- Filipe Pires
- 5 de ago. de 2019
- 4 min de leitura

Na última semana disputámos dois troféus. Ganhámos um no sofá e ganhámos o outro categoricamente em campo. É giro fazer isto agora, mas era ainda mais giro se fizéssemos o mesmo lá para fins de Maio. Ganhávamos o Bi-Campeonato no sofá e depois ganhávamos categoricamente um jogo que vai haver na Turquia. Mas nessa altura falamos outra vez sobre isso, porque agora há que fazer o que o Bruno Lage vai fazer no próximo treino: apontar as faltas da nossa Equipa depois de uma goleada.
Por exemplo, por muito que os jornais, os entendidos e até alguns adeptos digam que nós precisamos de reforçar a baliza e a defesa, eu acho que a nossa principal falha é no departamento médico. Não que tenhamos lesões inexplicáveis como até à época passada, mas porque nos falta imenso um cardiologista. Principalmente quando o Senhor Francisco Ferreira se lembra de pôr a máscara de miúdo de 22 anos, com seis meses de primeira equipa e ainda com muito para aprender, em vez de jogar com a sua verdadeira face - e a que mostrou depois de nos deixar de coração nas mãos - a de Nesta de Oliveira de Azeméis. Desta falha clínica resulta ainda assim uma coisa boa: viu-se que o Vlachodimos tem finalmente um perfeito domínio do Português, porque mesmo sem abrir a boca disse ao Ferro o mais perfeito "f@#$-se" que eu ouvi na minha vida. Ainda sobre o Odisseas, tirem-me uma dúvida. Eu sempre ouvi dizer que um guarda-redes de equipa grande tem que valer jogos, tem que segurar o resultado quando a equipa está a ser pressionada, tem que tranquilizar os colegas e, principalmente, os adeptos. Para além disto, tem que responder à altura sempre que seja chamado a intervir, mesmo que esteja sem trabalho durante largos minutos. E o Vlachodimos fez o quê esta noite? Pois...
Continuando a falar de jogadores que só são bons para a comunicação social e porque jogam no Benfica, se o Rúben Dias jogar assim sempre que o obrigarem a ver um colega com a braçadeira que devia ser dele, nunca mais lha dêem. Por muito bem que ela fique no braço do Senhor Capitão e por muito que ele tenha passado mais de uma hora (até que o Pizzi saiu) a mostrar que a merece, coordenando a Equipa desde a defesa, mudando as ideias de toda a gente que achava que ontem era a sua noite de sorte e sendo, também ele, um dos motores da nossa construção. Antes insistia para o Rúben Dias passar de Capitão oficioso a oficial, agora insisto para que continuem a torturar o rapaz, para ele continuar a torturar adversários.
Falando em adversários torturados e em violência psicológica, Bruno Fernandes disse em exclusivo ao Portal do Algarve que, neste momento, vê com bons olhos uma saída até para o FC Guantánamo (sim, existe). De acordo com o jogador, a região de Cuba - mais conhecida pelas sessóes de tortura levadas a cabo na prisão Americana - parece um verdadeiro paraíso para quem teve de enfrentar sozinho o meio-campo do Benfica e ainda levou um túnel do Raúl de Tomás no fim do jogo. O jogador reportou ainda o trauma que viveu quando, depois do jogo e antes da partida para o hotel, se deslocou a uma das roulottes de bifanas junto ao Estádio Algarve e até lá foi marcado por Florentino Luís, que até lá lhe tirou o pão da boca. E a imperial da mão. Já no autocarro, e pensando se existe algum sítio no Mundo onde Florentino Makélélé não o consiga alcançar (provavelmente a Ilha da Páscoa ou o arquipélago de Vanuatu, se o miúdo se tiver esquecido dos calções da natação), o Capitão do Sporting entrou em choque quando descobriu que depois de sair do bolso do Florentino entrou no bolso do Gabriel, onde encontrou os restantes colegas de equipa, um apanha-bolas e todos os adeptos do Sporting que saíram mais cedo do estádio. Agora num aparte mais sério (pfft...), fiquei contente por ver que o Gabriel está a fazer esta época o mesmo que fez na época passada: chegou lento, sem ritmo e com dificuldades em ligar o jogo e recuperar a bola, mas entretanto já nos lembrou que, quando despacharmos de vez a Amazónia, podemos contar com o pulmão dele para abastecer o Mundo. Com a diferença de que esta época demorou seis dias a fazê-lo em vez de seis meses. E nós só temos a agradecer por isso.
Já que se fala em mestres de tortura, é obrigatório falar do principal causador de sofrimento dos Benfiquistas: Bruno Lage, o Johan Cruijff de Setúbal. Porque é muito giro isto da Equipa jogar a meio gás e golear, mas depois ficamos a querer mais e temos de esperar uma semana até ao jogo seguinte. E durante esses dias assiste-se ao triste espectáculo de 14 milhões de pessoas a perguntarem a toda a gente que horas são, para nos agarrarmos ao conforto de faltar menos um minuto para o Sport Lisboa Rolo Compressor e Benfica voltar a entrar em campo. E como se isto não bastasse, o nosso Treinador ainda se dá ao luxo de correr riscos com a calma de quem acha que (mais) um puto de 19 anos está pronto para entrar em campo numa posição que não é a dele, contra o nosso maior rival (ahahahahahahahah - hoje é de mau gosto, mas que se lixe). E depois o sacana do Nuno Tavares sacode os nervos e dá-lhe razão! Alguém que me ensine a lidar com a espera, por favor.
Mas por muito que o nosso Treinador veja com naturalidade este nível de jogo (pelo menos pela expressão que mostra sempre que marcamos), acho que nem ele estava à espera de, numa Equipa com dois pontas-de-lança, ter sido um extremo a marcar aquele primeiro golo. E é quase insultuoso para o de Tomás e para o Seferovic que o Pizzi, um médio que não serve para jogos grandes e que é uma adaptação sem sentido, tenha feito uma assistência perfeita para o Rafa, um perfeito exemplo daquilo que os jornais e os agentes fazem quando se trata de inflacionar o valor de um jogador que depois não dá nem metade do que prometia. Mais insultuoso que isto, só aquilo que a comunidade Portuguesa emigrada na Suíça diz ao Seferovic durante o mês de Agosto, quando um vêem um Suíço trabalhar durante as suas férias tão intensamente como eles trabalham durante o resto do ano.
CARREGA BENFICA!!
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