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Também Quero Ser Incluído

  • Filipe Pires
  • 23 de jul. de 2019
  • 3 min de leitura

O Mundo está cada vez mais inclusivo. Em quase todo o lado existem quotas de género, nacionalidade ou de sociedade. Esta última foi só para a piada. Isto tem tanto de boa ideia como de faca de dois gumes, porque se por um lado estamos a dar oportunidade a pessoas que eram deixadas de lado por algum daqueles critérios (o que, caso não saibam, é ilegal), por outro lado estamos a criar condições para que pessoas sejam contratadas só porque se encaixam naqueles critérios. Isto não é ilegal mas pode ser má ideia, porque a qualificação não escolhe concentrações de melanina nem genitálias. Mas por enquanto é uma boa decisão, não vamos sofrer por antecipação.

Depois de tantos anos a criar estas condições em locais secundários como hospitais, parlamentos, câmaras municipais ou empresas públicas, chegámos finalmente à inclusão que realmente interessa: a inclusão na arte. Seja em filmes, música, teatro ou ponto-cruz, tudo tem de ser inclusivo, tudo tem de ter gente de todo o tipo. Para inventar, só se for ao gosto da tão razoável população que habita a internet. Criatividade sem limites sim, mas com regras. Quais regras? Ninguém sabe, mas com regras. Filmes, canções ou peças são refeitos porque os meninos têm que ter tudo à sua vontade e não gostaram da ideia original. Actores são seleccionados para agradar ao público, mesmo que só estejam lá como verbo de encher, mesmo que a sua entrada não faça sentido na história ou mesmo que, para eles entrarem, a ideia original do autor tenha de ser alterada de raiz. E se o autor entender que a ideia é dele e que quem não gostar pode bem ir à fava, o autor é racista. Mesmo que venha com o argumento vazio do trabalho que deu escrever uma história que faz sentido com as personagens que escolheu, isso é uma máscara para a discriminação que ele quer levar a cabo.

E é precisamente porque as Artes estão cada vez mais inclusivas que eu quero aproveitar a onda e pedir para fazerem com os registos "musicais" dos ABBA o que a Igreja Católica tentou fazer com quem sabia fazer contas: apagá-los do mapa. Notem que eu não tenho nada contra os integrantes da "banda". Tenho a certeza que são gente encantadora, mesmo que os nomes Anni-Frid Synni Lyngstad, Göran Bror Benny Andersson, Björn Kristian Ulvaeus e Agneta Åse Fältskog soem a uma mistura entre o típico nome nórdico e um conjunto de instruções para invocar um demónio. Um demónio provavelmente chamado Fernando. E que vem acompanhado pela Dancing Queen. E que fará um Super Trooper gritar "Mamma Mia!". E a minha vida é um Inferno, porque vou ficar com quatro músicas que detesto a tocar ao mesmo tempo na cabeça. O Tony diz que faz tudo por vocês, mas o Tony ao pé de mim é um menino.

Mas não são estes nomes tirados de um ritual de magia negra (principalmente o de Benny Andersson) que me fazem dizer que devíamos pegar em todos os discos, cassetes, DVDs, pósteres e tudo o mais que tenha sido vendido com a marca destes potenciais empregados do mês do IKEA e pôr-lhes fogo em cima, como Meryl Streep quase fez à sua brilhante carreira, depois de aceitar participar nos dois filmes Mamma Mia. Não sabiam que há um segundo? Eu também não mas faz sentido, porque um mal nunca vem só. O que me faz insistir na criação das acendalhas ABBA é o simples facto de eu não gostar de uma "banda" que teve o único mérito de vender muito. E que só continua a assombrar tudo o que é festa de anos 80 porque é vista com os mesmos olhos que farão alguém dizer, daqui a 30 anos, "Eh, Justin Bieber! Isto neste tempo é que era música". Mas tal como o Justin Bieber vai continuar a ser mau daqui a 30 anos, os ABBA continuam a ser maus 30 anos depois do maravilhoso dia em que resolveram fechar actividade. Consigo no entanto simpatizar com eles como pessoas, porque tiveram a sensibilidade de dar a resposta certa a uma pergunta sobre uma possível reunião. Responderam "Não".

Mas não pode ser assim, pois não? O Mundo não pode mudar de acordo com a minha vontade ou os meus gostos, não é? Se há uma coisa de que eu não gosto, tenho mais é que deixar essa coisa de lado e ir à procura daquilo que eu gosto, não tenho? E se não encontrar aquilo que gosto, posso sempre dedicar-me a criar uma coisa à minha medida, não posso? Pois...

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