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SC Braga 1 - 4 Benfica

  • Filipe Pires
  • 28 de abr. de 2019
  • 4 min de leitura

O problema deste jogo foi, essencialmente, uma série de maus timings. A começar logo pela entrada da Equipa em campo, porque num dos jogos mais importantes do Campeonato resolveram passar toda a primeira parte a homenagear o Sr. Rui, o que nos fez regressar aos tempos do "tira a bola daí, c$%@lho!", a que já não estávamos habituados. Não deixa de ser um gesto bonito e um reconhecimento pelo trabalho feito, mas ao menos podiam ter feito a homenagem jogando como jogaram nos 6-2 da primeira volta. Depois, o péssimo timing de Luís Filipe Vieira a olhar para o telemóvel logo a seguir ao primeiro penalty. Tudo bem que o Presidente podia querer ver como estava o Placard, ou podia querer confirmar se o negócio dos pneus continua sobre rodas (muito forte), mas a altura que escolheu para o fazer levou a realização da SportTV a ignorar os festejos dos jogadores e até alguma potencial moça jeitosa que estivesse na bancada, mostrando-nos em vez disso um homem de meia-idade a ver fotografias do último desenho do neto de cada vez que marcámos.

Houve também mau timing na marcação de dois penalties a favor do Benfica num jogo só. Tudo bem que pelo menos o segundo foi de facto falta e tudo bem que vamos rir muito de quem nos acusar de roubar tradições ao "rival" (ahahahahahahahahahahahah) do Norte, mas isto vai causar demasiado falatório nos programas de entendidos e ninguém precisa disso. Ainda assim, podemos ver isso como um equilíbrio de contas, já que durante a primeira parte a equipa de arbitragem parecia um conjunto de Pais Natais (Pais Natais, Pais Natal...? Nunca sei) de centro comercial: deram aos meninos do Braga tudo o que eles pediram. Isto resultou numa bola de neve que originou o maior erro que o Braga e o próprio árbitro cometeram neste jogo: tiraram o André Almeida do sério. Aposto que ao intervalo o Senhor Capitão deu aos colegas a descasca que eles precisavam de ouvir durante 14 minutos, ficando o minuto restante para algum reparo que o Cruijff de Setúbal quisesse fazer e para os colegas mais sensíveis secarem as lágrimas.

E foram claramente as palavras duras do Mestre André que nos conduziram a uma segunda parte como se viu. Isso e o facto de termos descansado durante a primeira, claro. Continuando no que houve de bom esta tarde, o Florentino voltou a mostrar que sabe jogar de todas as formas possíveis. Na segunda parte foi o jogador que vai fazer esquecer Claude Makélélé, mas na primeira foi o cepo que nos fez lembrar o Fernando Aguiar. Devido a uma boa decisão do treinador, que o tirou quando fez duas faltas seguidas já com amarelo, acabou o jogo como o começou: de fora. Quem tentou fazer alguma coisa de jeito na primeira parte foi o Vlachodimos, que mostrou uma segurança de que já nos tínhamos esquecido quando foi chamado a resolver, basicamente, todos os lances que o Braga conseguiu criar. E quem diz o Braga diz os próprios colegas também. Uma das maiores vontades do Grego é claramente melhorar a saída a cruzamentos, mas se lhe derem um pontapé no estômago de cada vez que ele o fizer duvido que continue.

Quem me deu um pontapé metafórico no estômago - mas um pontapé bastante literal nas pernas de um adversário - foi o Jogador Anteriormente Conhecido Como Senhor Capitão Rúben Dias, com as agravantes de ter sido dentro da área e numa altura decisiva do Campeonato. Isto fez com que eu lhe chamasse coisas que, caso ele as tivesse ouvido, o levariam a fazer-me o mesmo que faz aos adversários nos momentos em que o seu cérebro desliga para arrefecer. Uma boa ideia para o Rúben controlar a sua raiva é acompanhar o Samaris (já renovaram com ele?) quando o Grego for tratar dos bonsais, meditar e fazer Tai-Chi, enquanto têm uma profunda conversa sobre a condição do Homem enquanto animal de impulsos. O resultado esperado de tudo isto é uma mudança profunda no jovem Rúben, que vai passar a direccionar toda a sua energia para bater na bola (e exclusivamente na bola) como fez no terceiro golo.

Vamos agora a coisas sérias: não dá para não falar do Pizzi, pois não? Podia fazer uma série de piadas fáceis como "se ele já está em todo o lado, não precisa de estar aqui também", "fez um grande jogo mas isso não é novidade" ou "se eu construísse um texto como ele constrói jogadas, era muito mais fácil fazer isto". Mas o nosso Maestro merece muito mais do que isso. Porque depois de ter falhado um penalty contra o Setúbal que fez renascer um trauma com mais de 10 anos, hoje marcou dois que ajudaram esse mesmo trauma a esbater-se. Mas também porque, no meio de seja lá o que for que nós jogámos na primeira parte, foi sempre ele que deu critério e calma às coisas. Mesmo com 6 colegas perdidos em campo atrás dele e 3 colegas desaparecidos em campo à sua frente, sempre que a bola chegava ao Pizzi voltávamos a ver alguém a jogar Futebol. Mesmo que a sua opção fosse um Rafa que prolongou o descanso ainda mais e só apareceu na última meia hora (ainda assim bastante a tempo de pegar na bola e fazer Lionel Messi corar de vergonha), a bola ia sempre redonda para lá. Ou mesmo quando tentava assistir um Seferovic cada vez mais parecido com o Cardozo, o passe saía sempre com conta, peso e medida e só não dava em golo porque o Suíço tem, de há uns jogos para cá, levado tijolos em vez de chuteiras para o campo.

O Algarve até pode ser o segredo mais bem guardado da Europa, mas o Pizzi é o segredo mais bem guardado do Benfica. Vamos mantê-lo assim durante muito tempo.

CARREGA BENFICA!

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