Benfica 4 - 2 Vitória FC
- Filipe Pires
- 14 de abr. de 2019
- 3 min de leitura

Como comecei a ver o jogo com algum atraso, espreitei o telemóvel antes de ligar o computador, para saber se já tinha de facto começado. Ao fazê-lo, passou-me pela cabeça o clássico "deixa ver se já estamos a ganhar" e estávamos. Depois disso fui espreitar também o telemóvel para ver se me tinha saído o Euromilhões e adivinhem só: amanhã às 7 estou acordado para ir trabalhar. E já que se fala de jogo, espero que o senhor Rui Costa aproveite bem os lucros que tirou deste. Para deixar passar o penalty sobre o Rafa, só tendo uma aposta no Placard empatada com o nosso resultado.
Para além dessa aposta, Rui Costa ganhou também uma mini ao amigo que o desafiou a tirar o novo Samaris do sério. Realmente, um jogo com alguém chamado Rui Costa a inventar no relvado da Luz é logo outra fruta. Devido aos números finais, é possível que um ou dois iluminados digam que o Vitória facilitou e a essas pessoas eu digo apenas isto: o Vitória tem no seu plantel o maior mete-nojo do "Futebol" Português e o treinador adjunto é um antigo jogador do Porto. Esclarecidos? Pronto. Mas mesmo contra uma equipa que ia mais depressa a nadar até Setúbal do que facilitava neste jogo, provámos mais uma vez que os golos do Benfica são a melhor coisa que existe para a verdade desportiva: como se apanhou a perder cedo, o Rúben Micael mostrou muito pouco daquilo que o levou a ter uma carreira incrivelmente falhada no estrangeiro. Mesmo assim, acho que ele devia tentar novamente a sua sorte lá fora. E novamente na China, de preferência.
Mas se o Vitória não facilitou, facilitámos nós. E muito. Principalmente na primeira parte, em que conseguimos falhar de todas as formas possíveis. Fossem pontapés de baliza, livres directos ou penalties, tudo o que aconteceu pareceu a confirmação da Lei de Murphy. É nestes momentos que a experiência entra em campo e isso notou-se quando o jovem Pizzi tentou (e falhou) um pontapé de bicicleta, quando podia ter parado a bola e jogado simples. E aposto que foi isto que o Senhor João Félix lhe disse quando o foi ajudar a levantar, mostrando depois como se faz quando marcou o 3-1. Já agora, quem souber porque é que não foi o João a bater o penalty que me diga, é uma questão que me incomoda mais do que a existência ou não de vida extraterrestre. Mas se os falhanços tivessem acontecido só no ataque, menos mal. O problema é que até o Nesta de Oliveira de Azeméis resolveu juntar-se ao festival e recordou-nos, entre as habituais demonstrações de classe, o quanto ainda tem de andar até que o Senhor Alessandro seja conhecido como o Francisco Ferreira de Roma. Poucos metros ao seu lado, no entanto, o Senhor Capitão deu mais um passo no desafio de transformar o Materazzi no Rúben Dias de Lecce.
Para cúmulo disto tudo, até o Florentino falhou cortes e saídas apoiadas. Na primeira parte, entenda-se. Na segunda voltou a ser alguém a quem eu confiraria a guarda de um orgão para um familiar. A nossa sorte é que vivemos neste momento num Mundo estranho, em que as leis mais fundamentais da Natureza são desafiadas diariamente e em que isso ajuda o Rafa a ser um bom finalizador. Um milhão de macacos com um milhão de máquinas de escrever acabariam por escrever as obras completas de Shakespeare, mas nunca uma história em que isto fosse credível. E se isto já parece rebuscado, imaginem que conhecem alguém que, em Janeiro, tenha tomado a compreensível de deixar de ver Futebol. Alguém que nos últimos meses tenha vivido numa caverna e que não saiba nada do que se passou desde o jogo com o Portimonense. E agora imaginem que têm de explicar a essa pessoa que o Seferovic é neste momento o melhor marcador do Campeonato e que, neste momento, é capaz de fazer o que fez no quarto golo. A nossa sorte é que vivemos neste momento num Mundo estranho, em que mesmo que a Equipa falhe de todas as formas possíveis, há sempre alguém que marque de todas as formas possíveis.
CARREGA BENFICA!
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