Feirense 1 - 4 Benfica
- Filipe Pires
- 7 de abr. de 2019
- 3 min de leitura

Não vi o jogo. Erros meus, má fortuna e problemas com um carro em duas horas extra de viagem se conjuraram, o que significa que os meus olhos foram a equipa de Lendas que ocupa o estúdio da Antena 1. Imaginem por isso os senhores Fernando Eurico e José Nunes como Denzel Washington n'O Coleccionador de Ossos. E se quiserem, imaginem-me como Angelina Jolie. Se vozes de burro chegarem à RTP, fica aqui um grande abraço para eles. Se não chegarem, fica um abraço na mesma.
Pegando no quadro que eles me pintaram e nos resumos da abençoada internet, quero começar por dizer que o meu coração bate a 100 à hora sempre que o nosso 99 fica parado a ver um golo acontecer, ou sempre que sai para resolver um corte mal feito e se torna em mais um avançado do adversário. É nestes lances que o Vlachodimos mostra que, quando acabar a carreira no futebol, tem um futuro assegurado na politica - sempre que faz asneira, olha para os colegas como se fossem eles a ter a culpa. Mas nem só de ideias infelizes do nosso guarda-redes se fez este resultado. Também se fez das ideias infelizes do guarda-redes do Feirense, quando o Caio Secco saiu a correr da baliza para resolver um lance perfeitamente controlado pelo central. A vida de guarda-redes é muito ingrata, mas não ter paragens cerebrais ajuda um bocadinho.
Que o diga o melhor marcador do Campeonato, que para além de ter aproveitado a ida às compras do guarda-redes do Feirense, conseguiu também um cabeceamento entre os centrais digno de uma música de Rui Veloso. Tudo bem Haris, já te perdoámos os golos que falhaste em Alvalade. Mais ou menos, vá. Esta foi também uma boa tarde dos nossos laterais, com o Grimaldo a fazer a assistência para o segundo golo do Seferovic e o Melhor Lateral Direito do Mundo (só não vê quem não quer) a marcar o golo da reviravolta, a acabar a primeira parte. Mais à frente, sem o Gabriel tivemos no meio-campo o Maestro Pizzi, que mostrou que também sabe dançar quando soa o toque de cavar penalties. Pessoalmente não gosto disso, mas é o estado do nosso "Futebol". No lado oposto esteve a maior prova do descaramento do nosso treinador, também conhecido como "o homem que vai valer uma mini a Bruno Lage", quando o Cruijff de Setúbal ganhar a aposta de ser Campeão com o Taarabt a titular.
Mas para os artistas tocarem o piano, alguém tem de o carregar. E mesmo parando a espaços para umas notas soltas, o Samaris parece hoje muito contente com o facto de essa ser a sua principal função em campo. Mas o Samaris ficava contente mesmo que a sua principal função fosse ir para a bancada com um megafone orientar os cânticos das claques. O rapaz gosta mesmo é de estar no Benfica, o lugar é irrelevante. E como errar é humano, é preciso ter em campo alguém que ultrapasse essa condição e que garanta que os comuns mortais podem errar em segurança. A julgar pela quantidade de vezes que ouvi o nome dele, ou os comentadores da Antena 1 são grande fãs do palhaço Tiririca ou então o Florentino fez mais um grande jogo esta tarde.
Mas também de polémica se fez este jogo, com um golo anulado ao Feirense, que punha o resultado em 2-0. Sendo verdadeiros catedráticos do jogo, estou certo que os entendidos vão ver, rever, autopsiar e comparar este lance com outro igual, que aconteceu num jogo de um dos nossos rivais - como se alguma vez tivéssemos tido um - no dia 30 de Fevereiro de 1879. Se eu fosse tão cego como os meus óculos sugerem faria o mesmo, mas assim tenho mesmo de dizer que o golo foi mal anulado.
CARREGA BENFICA!
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