Moreirense 0 - 4 Benfica

A grande vantagem do VAR só funcionar bem para algumas equipas é que, havendo qualidade no futebol, acontecem jogos destes. Mesmo jogando contra um Moreirense que gosta muito da bola, o facto de os adeptos que temos em campo só descansarem quando vêem a rede do adversário a abanar resulta numa guerra aberta entre as ideias dos treinadores e, se elas forem boas, isso significa que vamos ter duas horas bem passadas. Só espero é que amanhã a imprensa diga a verdade sobre o que se passou hoje. Porque na realidade nós ganhámos por 6-0: marcámos quatro golos legais e o Vlachodimos tirou outros dois ao Moreirense.

Falando do jogo em si, hoje lembrei-me do melhor livre directo que já vi. Foi marcado pelo Mihajlovic (sim, esse), num jogo em que perdemos 3-1 contra a Lázio, em Roma. Se não estão a ver qual é, imaginem o oposto total do livre que o Grimaldo bateu na primeira parte. Parece-me que o Alex está na fase André Almeida da carreira: vai cumprindo na defesa e apoia o ataque pela certa e sem inventar. Se continuar neste caminho, daqui a dois anos vai ser o Maldini de Valência e vai estar a disputar a braçadeira com o Cafú de Loures. Quem é que ganha? Os Benfiquistas. No centro da defesa, o Ferro quebrou a tradição iniciada na quinta-feira de marcar um golo por cada remate disparatado que faz, mas, sendo profissional como é, com certeza vai compensar com duas batatas já no próximo jogo. Logo ali ao lado esteve a personificação do ditado "quem tem cú, tem medo", na figura de Rúben Dias. Sendo tudo o que se pede a um centralão clássico durante grande parte do jogo, só foi aquilo que se pede a um central do Benfica quando sentiu as costas quentes. Que é como quem diz que só o vimos com bola do meio-campo para a frente quando o Florentino entrou.

Florentino que, não satisfeito com o facto de não deixar os adversários jogar no nosso meio-campo, hoje decidiu que nem na própria área as suas vítimas iam ter espaço. Apareceu a recuperar a bola 5 metros à frente da baliza do Moreirense e, numa das poucas vezes em que não optou por jogar pelo seguro, fez o primeiro golo pela equipa principal. Mas mais do que gabar os miúdos, é importante falar dos dois senhores que abriram uma Sociedade Cooperativa no meio-campo, com a finalidade de organizar o nosso jogo, garantir que temos a quantidade necessária de bola e, em jogos mais calmos, começar a tratar das contas públicas. Olhando para as características do Samaris - forte a recuperar a bola, boa saída a jogar, visão de jogo, qualidade no passe e nos livres - o alarve que há mim pediu novamente licença para falar e para dizer que o Samaris é tão bom como o Pirlo. Mas não vou dizer. Tal como não disse que o Seferovic é duas vezes melhor que o Ronaldo, também não vou dizer que o Samaris é tão bom como o Pirlo. Porque isso era o mesmo que dizer que o Gabriel é tão bom como o Frank Lampard, mas só que canhoto. E para alarvidade, já basta o que estes dois rapazes correm e jogam.

E já que se fala em gente que joga enormidades e faz jogar outro tanto, há qualquer coisa no ar de Moreira de Cónegos que faz o Jonas ser ainda mais o chefe disto tudo. Já perdi a conta aos golos, assistências e demonstrações avulsas de genialidade do nosso Panoramix, um sábio ancião que guarda o segredo da poção mágica do bom futebol, nos jogos fora contra o Moreirense. E o nosso Astérix aproveita cada gole do que aprende com o seu colega de ataque para estar pronto a liderar os irredutíveis Lampiões quando chegar a sua hora. Mas nem só de Jonas e João Félix vive o Benfica. Vivemos também dos inesgotáveis pulmões do Pizzi, um homem capaz de fazer andar um barco à vela com um sopro ao mesmo tempo que orienta o resto da frota.

Por fim, motores. Em Dezembro de 2017, a McLaren anunciou o seu carro mais potente até à data, o McLaren Senna. Este modelo tem um motor V8 bi-turbo de 4 litros, uma caixa de 7 velocidades com embraiagem dupla e chega dos 0 aos 100km/h em 2.8 segundos graças aos 789 cavalos que este bloco disponibiliza. É um modelo, tal como o nome indica, criado em homenagem a Aytron Senna. Mas segundo Pat Fry - o director de engenharia - é também mais um passo em direcção ao objectivo maior da empresa Britânica: construir um carro tão rápido como o Rafa.

CARREGA BENFICA!