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Holy Jumping Fucking Shit Balls!

  • Filipe Pires
  • 27 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

O título não é original. É uma frase de George Carlin, um homem que sabe mais de comédia no seu estado actual do que eu sei no meu. E é uma frase que eu digo (mais ou menos correctamente) sempre que escrevo sobre actualidade porque, vamos ser sérios, isto está um bocado feio.

Como estamos em Portugal, vamos destacar primeiro o que vem de fora. A começar pela África do Sul e pelo pastor que está a ser processado por simular uma ressurreição (1). Eu não sei qual é o termo de comparação para saber se uma ressurreição é simulada ou não, mas na África do Sul aparentemente sabem. Por isso é que três funerárias se dizem enganadas pelo pastor Alph Lukau, um homem que antes de ter enveredado pela religião tinha uma escola de cães onde só ensinava um truque - o "faz de morto". As três empresas acusam Lukau de manipulação para entrarem na farsa e vão accionar medidas legais por sentirem a sua reputação danificada, provavelmente no orgulho. A melhor parte de tudo isto é a tentativa de lavar as mãos da parte dos milagreiros, dizendo que o morto já estava vivo quando chegou à igreja e que o pastor se limitou a consumar o milagre já feito, qual ponta-de-lança da pantominice, ou melhor, da religião. Isto podia ainda assim levantar um debate sobre como a vida é apenas uma morte em consciência, mas não. É mesmo só parvo.

Quem vai precisar do apoio desta aguardente humana (no sentido de levantar até os mortos) é o seja-lá-o-que-for da Venezuela, Nicolás Maduro. Isto se quiser continuar a ter um povo para, à falta de melhor termo, governar. Sendo um País Sul-Americano, a Venezuela tem fortes tradições religiosas e vive neste momento os capítulos do Apocalipse. Começando pelo presidente, que é uma Peste e conseguiu pôr o país em pé de Guerra tanto fora como dentro das suas fronteiras. Negando a entrada de ajuda humanitária num país que tem as prateleiras literalmente a ganhar pó (2), Maduro apresentou o povo que representa à Fome, anunciando no entanto que irá pagar por toda a ajuda que entre legalmente no país (3). Ora, eu não percebo grande coisa de política internacional (nem de qualquer outro tipo), mas acho que pagar pela entrada de produtos vindos de outros países é mais ou menos a definição de importações, não é? E se um país tem dinheiro para pagar ajuda humanitária, se calhar também consegue pagar importações normais, certo? E tudo isto se resolvia juntando todos os responsáveis numa sala e aviando um bonito par de estalos em cada um, não acham? Com tudo o que causam, não é difícil perceber que as birras entre políticos vão ser a Morte de todos nós.

Continuando com estes dois assuntos tão alegres - morte e burocracias - as burocracias quase impediram um filha de acompanhar a morte da mãe (4), no IPO do Porto. Isto aconteceu em 2017 mas só teve desenvolvimento quase dois anos depois, porque em Portugal só não se resolve uma coisa: a demora da justiça, que para alem de tardar também falha. Este caso bizarro teve um inicio também bizarro, quando uma mulher foi informada de que a mãe tinha cerca de 24 horas de vida, sendo também informada de que não podia acompanhar a potencial última noite da sua mãe no quarto onde ela estava internada. Entre gritos, choros, insultos (foi no Porto, é seguro assumir isto) e ameaças de chamar a segurança, a filha da doente foi posta na rua, só podendo entrar no quarto às 11 da manhã do dia seguinte, quase duas horas depois do início das visitas. Mais do que uma violação dos direitos dos utentes, este caso parece-me uma excelente oportunidade de negócio: a lotaria do IPO, ou TotoCancro se preferirem. A base do jogo assenta obviamente no tempo de vida que resta aos utentes, sendo o lado da casa obrigado a apostar sempre no bem nacional "há-de correr tudo bem".

Eu adoro a cidade do Porto, mas ultimamente sai de lá muita besta quadrada. Nos últimos casos contam-se a besta quadrada que rebentou um tímpano à esposa com um soco e a besta quadrada, perdão, o juiz que disse que uma pulseira electrónica para prevenir novas agressões era ilegal (5). Como base para isto, Neto de Moura apresentou o facto de ninguém ter perguntado ao agressor se queria ser vigiado para não voltar a atacar a esposa, dizendo também que o uso da pulseira não estava bem fundamentado na sentença. A senhora que foi agredida é que teve sorte, porque não o ouviu dizer estas coisas. Quero ainda assim deixar uma palavra de compreensão para o Senhor Doutor Juiz, porque deve ser difícil ser tão completamente contra as mulheres sendo tão completamente um c?#as.

(1) https://zap.aeiou.pt/funerarias-pastor-simular-ressurreicao-243205

(2) https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/02/21/entenda-como-a-ajuda-humanitaria-oferecida-a-venezuela-ficou-no-centro-da-disputa-politica-no-pais.ghtml

(3) https://expresso.pt/internacional/2019-02-23-Nicolas-Maduro-aceita-ajuda-humanitaria-oferecida-pela-Uniao-Europeia-e-quer-paga-la#gs.p8eYs7ei

(4) https://www.tsf.pt/sociedade/saude/interior/a-mae-estava-em-estado-terminal-o-hospital-ameacou-chamar-os-segurancas-10619628.html

(5) https://www.publico.pt/2019/02/25/sociedade/noticia/rebentou-timpano-mulher-socos-neto-moura-tiroulhe-pulseira-electronica-1863142

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