Benfica 0 - 0 Galatasaray - Amador de Bancada
- Filipe Pires
- 21 de fev. de 2019
- 3 min de leitura

Versatilidade é importante em tudo na Vida, incluindo obviamente o Futebol. E depois de jogos de superação, jogos em que atropelámos os adversários e jogos em que marcámos pouco mas ganhámos sem margem para dúvida, esta noite provou-se a versatilidade do Sport Lage e Benfica com um jogo competente defensivamente, concentrado e adulto. Ou por outras palavras, aborrecido. Talvez esteja a ser injusto, mas depois de ver a verdadeira extensão da nossa qualidade, sabe a pouco ver gerir uma eliminatória. É como o Michael Phelps ir à piscina para ficar só a boiar na água.
Mesmo assim houve muita coisa bonita a acontecer. A começar pelo comportamento da Equipa sem bola (é, isto foi tão aborrecido que hoje vou falar de táctica logo a abrir), num movimento de harmónio tão bonito e tão bem feito que o Quim Barreiros já perguntou onde é que se compram os acordeões Benfica. Tal como é bonito que, logo no início do jogo, o Marcão tenha mostrado que podemos tirar o defesa de Portugal, mas não podemos tirar Portugal do defesa. Assim que viu o Cervi a avançar com a bola controlada, o antigo jogador do Chaves fez questão de o arrancar pela raiz, sem sequer se preocupar com a bola. Minutos depois o Argentino diabólico podia ter marcado o golo da tranquilidade (nossa e dele), mas a bola passou a um Cervi do poste.
Foi também uma noite em que o Vlachodimos aproveitou a falta de trabalho para começar a treinar ténis. Sempre que saía um passe longo do nosso guarda-redes, a bola ia directamente para a linha lateral, o que mostra muito empenho do Alemão em dominar o jogo de serviço. Mas não foi só o nosso guarda-redes - o mais bem pago do Mundo em relação ao número de defesas por jogo - que entrou em campo com raquetes em vez de chuteiras. Todas as bolas passadas a mais de dez centímetros da relva pareciam candidaturas dos jogadores para se juntarem a Elon Musk na missão de chegar a Marte. Tirando as que saíram dos centrais, que esta noite mantiveram a previsibilidade e foram de novo brilhantes. Brinco e brincarei com muita coisa aqui, mas nunca irei fazer piadas sobre os dois senhores do Futebol que são Rúben Dias e Francisco Ferreira, imperiais a anular os ataques adversários e a começar os nossos, com passes longos ou curtos consoante a sempre brilhante leitura que fazem dos lances, fruto da sua enorme experiência. Mais uma vez, farei piadas sobre muita coisa, mas não sobre estas duas Lendas. Há limites para o humor.
Falando em previsibilidade, temos todas as decisões do Florentino. Dava para acertar um relógio pelas boas decisões deste menino, ao segundo se fosse pelas vezes em que equilibra a Equipa e aparece a cortar ataques ou contra-ataques. Tão previsível como tudo isto é a imprevisibilidade do João Félix. Mesmo num jogo menos inspirado, o último sobrevivente do cabelo "à f#$a-se" (vocês não me levam a mal se eu escrever foda-se, pois não?) mostra uma capacidade tão grande para antecipar o futuro que as televisões generalistas não largam a porta da Luz, na esperança de contratar alguém capaz de acertar finalmente na previsão do tempo. Durante o jogo o menino foi substituído pelo Senhor, que assim que pegou na bola tirou um adversário do caminho com um túnel e fez o primeiro remate em condições da segunda parte, como se não tivesse passado um mês lesionado. Com tanto miúdo a aparecer e a mostrar valor, às vezes é fácil esquecermo-nos do Jonas. Desculpa Pistolas, não volta a acontecer.
CARREGA BENFICA!
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