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Em Defesa Da Carga De Porrada - Que Estrabucho É Este?

  • Filipe Pires
  • 1 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Digam-me se já viram este filme:

Nos Estados Unidos, terra dos quase nada livres e a casa dos corajosamente obesos, que continuam em casa porque já não cabem na porta, um herói solitário/dois heróis solitários/uma equipa de 20 heróis solitários [riscar as duas opções que não interessam] enfrenta os problemas decorrentes da vida de solitário heroísmo. Seja uma família dividida pela conduta do(s) herói(s), que está presente no início para um majestoso enchimento de chouriços e que desaparece durante o resto da fita, sejam os problemas que a rebeldia do(s) herói(s) criam junto de uma entidade patronal geralmente cinzenta e que não entende os problemas de um jovem de 40 anos, ou sejam os fantasmas do passado que assombram o presente do(s) protagonistas(s), até que a sua(s) mente(s) são invadidas pelo clássico de Ray Parker Jr., e fica tudo bem a partir daí. E agora eu fiquei com esta música entalada na cabeça e vocês também. Escusam de agradecer.

Enquanto isto, numa pequena ilha/país/cidade do outro lado do Mundo, um jovem olha pela janela, com um olhar tristemente esperançoso, confortando-se na ideia de que a sua situação não pode piorar. É nesta altura que as forças militares do presidente/ditador/exército invasor entram pela sua casa ao pontapé, agridem violentamente a sua família e raptam o pobre rapaz, levando-o preso por motivos que nunca serão explicados. Enquanto é levado para a prisão, o jovem olha uma última vez para o horizonte, pensando: "Ai que mal me encontro. Ai que oprimido que vivo. Quem poderá ajudar-me?" E entra a música dramática, com a(s) figura(s) heróica(s) a surgir em contraste com o sol nascente, anunciando a esperança de uma nova aurora. O que se segue são 30 a 40 minutos de filme que podem ser resumidos com uma única frase:

Porrada de criar bicho.

E isto é bonito. De tão simples e linear pode ser visto como banal, mas é bonito. Não liguem aos cinéfilos intelectuais, que tentam esconder o quanto gostam de ver um festival de bofetada para manterem a sua imagem intacta. Essas pessoas vão dizer que o Rambo é uma sobremasculinização de uma personagem, que contribui para perpetuar o estereótipo de que músculos e inteligência são inversamente proporcionais, mas a verdade é que todos eles viram vezes e vezes sem conta a cena em que o Rambo desinfecta uma ferida com pólvora de uma bala e um pau a arder, qual MacGyver da Enfermagem. Mas não o podem admitir, porque gostar de uma coisa destas ofende quem defende a liberdade de gosto. As pessoas podem gostar do que quiserem, desde que seja um gosto politicamente correcto.

E é engraçado que sejam estas pessoas, que defendem um Mundo sem violência e com almofadinhas em todas as quinas, as que se põem mais a jeito para serem corridas a bofetadas indiscriminadamente. Por um motivo muito simples: são absolutamente inúteis. Uma reunião de liberais que são liberais por ser moda é como um concelho científico na igreja católica: não vai a lado nenhum. Tudo o que fazem, fazem num ambiente absolutamente controlado e rodeados de pessoas que "pensam" da mesma forma. Quem se apresentar com ideias contrárias tem obviamente direito a elas, mas só até ao momento em que os obriga a pensar, porque aí está a ser ofensivo para com as crenças que eles defendem desde que as leram num blog há duas semanas. Existe a liberdade para pensar de forma diferente e todos temos direito a uma opinião própria, mas os fascistas da nova esquerda têm de aprovar esses pensamentos. E é por isso que eu defendo, hoje e sempre, o cinema que se resume na frase "Porrada de criar bicho". Porque num tempo tão dominado pela ditadura do liberalismo, faz falta mais gente capaz de distribuir chapadas a torto e a direito.

Principalmente na cara de todas as pessoas que eu acabei de enumerar.

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