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Todos Diferentes, Todos Umas Bestas - Que Estrabucho É Este?

  • Filipe Pires
  • 1 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

Ao primeiro dia do mês de Setembro do ano da graça de 2018, continua a haver racismo no Mundo. Todos estes anos depois de um Homem ter morrido como um mártir, às mãos dos seus pares. Depois de termos perdido um dos maiores pregadores da tolerância, igualdade e respeito mútuo da nossa História. Tantos anos depois da sua morte, continuamos a ter no Mundo gente que se acha mais gente que os outros. Pergunto-me quantas voltas é que o John Lennon já deu na campa desde essa altura.

Começámos a ganhar a noção de que havia uma malta com a cor de pele e hábitos culturais ligeiramente diferentes dos nossos há coisa de uns 600 anos. Alguns bravos Portugueses lançaram-se ao mar para dar novos Mundos ao Mundo e fizeram-no, à conta de sangue, suor e lágrimas alheias. Construímos um Império que ligou o Mundo e tornámo-nos donos de mais de metade do planeta, com umas centenas de mortos pelo caminho. Uma pequena parte deles eram Portugueses e só esses é que vêm nos livros, porque os outros eram pr... É, fomos um bocadinho responsáveis pelo início do racismo que existe até hoje. Mas não pela escravatura. Os Egípcios chegaram primeiro a essa, o que pode ser uma perda decepcionante para os senhores do PNR. Mas vejam as coisas pelo lado bom caros idiotas, perdão, senhores da extrema direita: é menos uma coisa má em que Portugal é o primeiro e é mais um argumento que podem apresentar em defesa da supremacia Portuguesa: escravizámos povos inteiros, mas nem nisso fomos originais.

Entretanto passaram seiscentos anos desde que começámos os Descobrimentos. Repito, seiscentos anos. Em numeral: 600 anos. Se acham que as velhotas que aparecem nas notícias porque fazem 100 anos andam por cá há muito (demasiado?) tempo, pensem que a altura em que os Europeus inventaram o racismo foi há 6 vezes mais tempo do que isso. Seis séculos de evolução de espécies, mentalidades e tecnologia. E continuamos a achar que há pessoas que são um bocadinho mais animais e um bocadinho menos pessoas do que nós. Como uma senhora na Bélgica (país onde está a sede da União Europeia), que achou que uma rapariga era "demasiado preta" para apresentar o tempo (1). Como se fosse preciso uma cor específica para aldrabar e inventar temperaturas que hão-de fazer em qualquer dia, menos no dia anunciado. Mas falando sério, é preciso ser burro a um nível muito Especial (sim, é piada) para achar que os níveis de melanina dão direito a algum tipo de superioridade de um ser humano em relação a outro. Já agora, para os racistas que possam ler isto, deixem-me pôr a frase de uma maneira que vocês percebam: eu Tarzan, tu burro.

Mas. Há sempre um sacana destes não há? Vai tudo muito bem, estamos a ler um conjunto de argumentos que está de acordo com o que pensamos, apoiamos completamente a pessoa que está a escrever e já temos os dedos convenientemente estalados para dizer "apoiado", "escreves maravilhosamente" ou "desejo ardentemente carregar um filho teu". E depois a besta que está a escrever estraga tudo com um "mas". E neste caso o "mas" é seguido por "há pessoas que se encostam ao passado e inventam racismo onde ele não existe para terem vantagens". O último exemplo conhecido disso é, claro, a senhora Serena Williams (2), que levou na boca forte e feio da Senhora Naomi Osaka e que se queixou de que o árbitro era sexista (estava a jogar contra uma mulher), racista (a mulher era asiática e negra) e ladrão (esta abertura de parêntesis é o mais próximo de um desporto radical que vão ver por aqui), criando um escândalo e estragando o triunfo de uma jovem atleta que era sua fã até ao dia do jogo.

A moral desta história serve também para a jovem Naomi, assumindo que alguém com 20 anos e que já ganha torneios do Grand Slam algum dia vai ler isto: nunca conheças os teus ídolos. Eles podem ser umas bestas, como todos os outros seres humanos.

(1) https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1078672/o-grito-de-uma-apresentadora-belga-contra-o-racismo-este-e-o-meu-pais

(2) https://observador.pt/2018/09/08/serena-williams-partiu-a-raquete-e-discutiu-com-arbitro-portugues-mas-nao-evitou-vitoria-inedita-de-osaka-no-us-open/

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